quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A próxima capa da Veja


Postado no Blog da Cidadania- Eduardo Guimarães

Está cada vez mais difícil acreditar na Veja, para quem quer. Não bastando provas materiais e testemunhais de que seu repórter tentou invadir o domicílio de José Dirceu e a ausência de mísero indício de que ele se reunia com correligionários em um hotel de Brasília para fazer negociatas e conspirações, ela se porta como culpada e ele, como inocente.
O ex-ministro supostamente é o acusado. Ao menos para o grande público, que, ainda – eu disse ainda –, não ficou sabendo do que a revista andou aprontando. Dirceu, no papel de culpado, deveria estar fugindo da repercussão e a Veja, no papel de acusador, deveria estar surfando nela.
Exposta em bancas de jornais por todo país e tendo recebido alguma cobertura da grande mídia, a revista estaria em melhores condições para continuar a vender a sua denúncia do que Dirceu a dele. O que se esperaria, portanto, é que a Veja estivesse falante.
Não é o que se vê. Ontem, assisti a uma extensa reportagem da Record News sobre o caso. Uma matéria correta que contou com entrevista de José Dirceu, que desceu a lenha na Veja. Essa emissora foi o primeiro grande meio de comunicação a se somar à extensa cobertura de pequenos veículos que vem suprindo a afasia jornalística dos grandes.
Dirceu está em uma maratona de manifestações públicas sobre o caso, iniciada quando denunciou em seu blog que a Veja mandou alguém tentar invadir seu quarto de hotel. Nos últimos dias, porém, a frase mais repetida da política tem sido a de que a revista não irá comentar o assunto com a fila de veículos que se propõem a ouvir a sua versão dos fatos.
Claro que deve estar caçando alguma coisa para tentar “matar” o assunto em sua próxima edição. Veja procura algum indício que fortaleça a sua matéria. Está engendrando mais um editorial que tentará vender como reportagem. Necessita, desesperadamente, mudar uma pauta de discussão que cada nova negativa de se manifestar, incrementa.
A próxima capa da Veja, portanto, reveste-se de expressiva importância para o jogo político. O escândalo surdo que a envolve pode ter desdobramentos na postura do governo Dilma em relação à mídia – ou não, o que não deixará de ser um desdobramento político descomunal. A grande aposta é se a revista tentará mudar de assunto ou virar o jogo.
Façam as suas apostas, pois.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Repórter não é polícia; Imprensa não é justiça

( Blog Balaio do Kotscho)

Ao voltar de Barretos, o meu correio eletrônico já estava entupido de mensagens de amigos e leitores comentando e me pedindo para comentar a reportagem da revista "Veja" sobre as "atividades clandestinas" do ex-ministro José Dirceu, um dos denunciados no processo do "mensalão", que tramita no Supremo Tribunal Federal e ainda não tem data para ser julgado.
Só agora, no começo da tarde de segunda-feira, consegui ler a matéria. Em resumo, como está escrito na capa, sob o título "O Poderoso Chefão", ao lado de uma foto em que Dirceu aparece de óculos escuros e sorridente, a revista faz uma grave acusação:
"O ex-ministro José Dirceu mantém um "gabinete" num hotel de Brasília, onde despacha com graúdos da República e conspira contra o governo da presidente Dilma".
Para justificar a capa, a revista publica dez reproduções de um vídeo em que, além de Dirceu, aparecem ministros, parlamentares e um presidente de estatal entrando ou saindo do "bunker instalado na área vip de um hotel cinco-estrelas de Brasília, num andar onde o acesso é restrito a hóspedes e pessoas autorizadas".
Nas oito páginas da "reportagem"  _ na verdade, um editorial da primeira à última linha, com mais adjetivos do que substantivos _ não há uma única informação de terceiros que não seja guardada pelo anonimato do "off" ou declaração dos "acusados" de visitar o bunker de Dirceu confirmando a tese da "Veja".
Fiel a uma prática cada vez mais disseminada na grande mídia imprensa, a tese da conspiração de Dirceu contra o Governo Dilma vem antes da apuração, que é feita geralmente para confirmar a manchete, ainda que os fatos narrados não a comprovem.
Para dar conta da encomenda, o repórter se hospedeu num apartamento no mesmo andar do ex-ministro. Alegando ter perdido a chave do seu apartamento, pediu à camareira que abrisse o quarto de Dirceu e acabou sendo por ela denunciado à segurança do hotel Naoum Plaza, que registrou um boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial de Brasília, por tentativa de invasão de domicílio.
Li e reli a matéria duas vezes e não encontrei nenhuma referência à origem das imagens publicadas como "prova do crime", o primeiro dos mistérios suscitados pela publicação da matéria. O leitor pode imaginar que as cenas foram captadas pelas câmeras de segurança do hotel, mas neste caso surgem outras perguntas:
* Se o próprio hotel denunciou o repórter à polícia, segundo "O Globo" de domingo, quem foi que lhe teria cedido estas imagens sem autorização da direção do Naoum?
* Se foi o próprio repórter quem instalou as câmeras, isto não é um crime que lembra os métodos empregados pela Gestapo e pelo império midiático dos Murdoch?
* As andanças pelo hotel deste repórter, que se hospedou com o nome e telefone celular verdadeiros, saiu sem fazer check-out e voltou dando outro nome, para supostamente entregar ao ex-ministro documentos da prefeitura de Varginha, são procedimentos habituais do chamado "jornalismo investigativo"?
As dúvidas se tornam ainda mais intrigantes quando se lê o que vai escrito na página 75 da revista:
"Foram 45 horas de reuniões que sacramentaram a derrocada de Antonio Palocci e durante as quais foi articulada uma frustrada tentativa do grupo do ex-ministro de ocupar os espaços que se abririam com a demissão. Articulação minuciosamente monitorada pelo Palácio do Planalto, que já havia captado sinais de uma conspiração de Dirceu e de seu grupo para influir nos acontecimentos que ocorriam naquela semana (6,7 e 8 de junho, segundo as legendas das fotos) _ acontecimentos que, descobre-se agora, contavam com a participação de pessoas do próprio governo".
A afirmações contidas neste trecho provocam outras perguntas.
* Como assim? Quem do governo estava conspirado contra quem do governo?
* Por acaso a revista insinua que foi o próprio governo quem capturou as imagens e as entregou ao repórter da "Veja"?
* Por que a reportagem/editoral só publica agora, no final de agosto, fatos ocorridos e imagens registradas no começo de junho, no momento em que o diretor de redação da revista está de férias?
Só uma coisa posso afirmar com certeza, depois de 47 anos de trabalho como jornalista: matéria de tal gravidade não é publicada sem o aval expresso dos donos da empresa ou dos acionistas majoritários. Não é coisa de repórter trapalhão ou editor descuidado.
Ao final da matéria, a revista admite que "o jornalista esteve mesmo no hotel, investigando, tentando descobrir que atração é essa que um homem acusado de chefiar uma quadrilha de vigaristas ainda exerce sobre tantas autoridades (...) E conseguiu. Mas a máfia não perdoa".
Conseguiu? Há controvérsias... No elenco de nomes apresentados pela revista como frequentadores do "aparelho clandestino" de Dirceu, no entanto, não encontrei nenhum personagem que seja publicamente conhecido como inimigo do ex-ministro Antonio Palocci.
O texto todo foi construído a partir de ilações e suposições para confirmar a tese _ não de informações concretas sobre o que se discutiu nestes encontros e quais as consequências efetivas para a queda de Palocci.
Não tenho procuração para defender o ex-ministro José Dirceu, nem ele precisa disso. Escrevo para defender a minha profissão, tão aviltada ultimamente pela falta de ética de veículos e profissionais dedicados ao vale-tudo de verdadeiras gincanas para destruir reputações e enfraquecer as instituições democráticas.
É um bom momento para a sociedade brasileira debater o papel da nossa imprensa  _ uma imprensa que não admite qualquer limite ou regra, e se coloca acima das demais instituições para investigar, denunciar, acusar e julgar quem bem lhe convier.
Diante de qualquer questionamento sobre as responsabilidades de quem controla os meios de comunicação, logo surgem seus porta-vozes para denunciar ameaças à liberdade de imprensa.
Calma, pessoal. De vez em quando, convém lembrar que repórter não é Polícia e a Imprensa não é  Justiça, e também não deveria se considerar inimputável como as crianças e os índios. Vejam o que aconteceu com Murdoch, o ex-todo-poderoso imperador. Numa democracia, ninguém pode tudo.
Censura e autocensura
Até me surpreendeu a manchete de hoje da "Folha", tratando de um assunto pouco usual nos nossos grandes jornais:
"Banco infla calote para sonegar, afirma Receita _ Autuações chegam a quase R$ 200 milhões; instituições negam ilegalidade".
Ao ler a matéria toda, outra surpresa: em nenhum momento, nem na primeira página, nem no caderno Folhainvest, aparece o nome de qualquer banco. Contaram o milagre sem falar do santo (ou dos santos).
Dos 30 processos em curso na delegacia especializada em instituições financeiras de São Paulo, "pelo menos três poderão gerar processos criminais". Fiquei curioso em saber quais são os bancos investigados.
Como já escrevi neste espaço outras vezes, o que ameaça o futuro da nossa imprensa não é a censura do Estado, mas a autocensura nas empresas, que gera, entre outros males, o denuncismo seletivo.
Rodolfo Fernandes
Neste final de semana, perdi um grande amigo e, a imprensa brasileira, um dos seus melhores profissionais: Rodolfo Fernandes, jornalista de muito talento e, principalmente, grande caráter, qualidades raras de se encontrar hoje em dia na mesma pessoa.
Em seu lugar, assumiu o cargo de diretor de redação de "O Globo" outro velho amigo, Ascânio Seleme.
Vida que segue.

domingo, 28 de agosto de 2011

O ponto sem retorno de Veja

 Por Luis Nassif, sab, 27/08/2011 - 19:33

Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.
Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.
Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.
Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.
Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.
Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.
Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 70 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".
Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.
Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Geralzão

Internacionais:


* Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira pela CNN, o filho de Muammar Gaddaf, está tentando entrar em contato com os Estados Unidos e com os rebeldes para negociar um cessar- fogo em Trípoli, o intuito é evitar mais derramamento de sangue em todas as partes do conflito.

Novo protesto na Ucrânia. Ativistas cortam grama de topless.

 
América do Sul:


* O ex dono do banco Marka ex sogro de Índio da Costa Salvatore Cacciola aguarda alvará de soltura para deixar a prisão de Bangu 8, no Rio, onde cumpre pena desde 2008 por peculato e gestão fraudulenta de instituição financeira.

Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) pode controlar venda de emagrecedores.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Geralzão

Internacionais:

Líbia- Trípoli
* Confrontos violentos e troca de tiros foram resgistrados nesta terça-feira (23), no aeroporto da capital Líbia.


* Juiz rejeita todas as acusações contra o ex- diretor gerente do FMI,Dominique Strauss Kanh.O anuncio foi feito nesta terça- feira( 23).



 * Terremoto de magnitude 5,9 atingiu na tarde desta terça-feira a costa leste dos Estados Unidos, o epicentro ocorreu no estado da Virgínia e foi sentido em Washington, Nova York, Carolina do Norte e Filadélfia.

América do Sul:


* O Brasil esta repatriando executivos,segundo Financial Times, por conta da escassez de talentos de nível gerencial  no país.Segundo estudo recente os altos executivos brasileiros são os mais bem remunerados do mundo.


* Linha 4- amarela do metrô SP vai funcionar até meia noite em setembro, segundo secretário.

sábado, 20 de agosto de 2011


Dossier- Telesur -

 Este programa jornalístico veiculado de segunda a sexta-feira com início às 00:30 na Telesur é um espectáculo imperdível.

 Fica aqui uma dica valiosa para aqueles que querem informação de verdade, análises políticas internacionais, notícias com ressonância mundial e os impactos sociais causados pelos processos políticos em pleno acontecimento.

Este é um programa para você ficar antenado com o que ocorre no mundo. 

Apresentado pelo jornalista e correspondente de guerra Walter Martinez.
Telesur, um canal de tv com outro olhar sobre a América Latina e o mundo.

Ao vivo pela internet http://www.telesurtv.net/


Vale a pena conferir.
O que você tem visto por aí, não é o que parece ser.

Geralzão

 Estudantes chilenos continuam os protestos por reformas na educação e pedem ensino gratuito e de qualidade.


Papa teve que lidar com manifestações contrárias aos dogmas da igreja. Homossexuais fizeram "beijaço" enquanto o carro blindado do Papa passava pelas ruas de Madri- Espanha.
A polícia reagiu com cassetetes para dispersar os manifestantes contrários às posições conservadoras da igreja.


A Fazenda, reality show da Record, perde um dos mais interessantes participantes nesta última roça. João Kleber sai do jogo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O papel da internet como fonte de informação

A internet neste momento exerce papel fundamental no que diz respeito a informação e por essa razão o Blog do Berduéga tem como foco levar para você, através da web, informações diversificadas sobre política, cultura, música e entretenimento.


Vamos abrir as portas do pensamento para compreendermos o mundo, distanciado dos preceitos de partidos e tendências políticas.


Aqui é um espaço para idéias novas.
Berduéga.

Blog do Berduéga no ar!

Hoje dia 19 de agosto de 2011 nasce o Blog do Berduéga.

Este blog estará em funcionamento diário, quase sempre.

Política,sociologia, filosofia, cultura e economia.

Berduéga no ar.