sábado, 7 de abril de 2012

De Marcus de Oliveira aos jovens economistas

Por Assis Ribeiro
Do Zwela Angola

Mensagem aos jovens economistas brasileiros


Texto do Professor Marcus de Oliveira

“Perceber que o mais importante é o social foi a descoberta mais relevante de minha vida”
(Celso Furtado, em O Longo Amanhecer)

Em “Princípios de Economia”, Alfred Marshall (1842-1924) afirma que a Economia “é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos diários da vida”.

Gregory Mankiw diz que “Economia é um grupo de pessoas que interagem entre si”.

Das muitas definições que o termo Economia carrega talvez a de Colin Clark (1905-1989) seja a que melhor se enquadra naquilo que entendemos ser o objetivo precípuo das ciências econômicas: “O objetivo da economia não é a produção de riqueza, mas proporcionar bem estar aos indivíduos”, nos diz C. Clark.

O certo é que desde a obra seminal de Adam Smith - A Riqueza das Nações - as ciências econômicas vêm ganhando destaque e relevo na administração pública, guardando, assim, estreita sintonia com a origem do termo que remonta ao pensador grego Xenofonte (430-355 a.C.) que definiu Economia pela primeira vez como sendo a “administração da casa”; nos dias de hoje, também pode ser entendido como “administração da coisa pública”.

Feitas essas primeiras incursões o fito deste artigo se põe a discutir junto aos jovens economistas brasileiros o atual e o mais preponderante papel que a Economia vem desempenhando na sociedade moderna e, em especial, em sociedades que amargam profundas e históricas desigualdades sociais, como é o típico caso brasileiro.


Quantos de nossos jovens, recém-saídos das universidades, diplomados em Ciências Econômicas, se põem a perguntar: quais os desafios da profissão de economista? E agora, como economista formado, o que quero e devo fazer? Como devo agir? Quais são as inquietações reflexivas a que um economista estará exposto?

Os desafios da profissão em uma sociedade desigual

Uma primeira constatação que o jovem economista brasileiro se deparará ao chegar ao mercado de trabalho é a impossibilidade de fechar os olhos para as gritantes conseqüências sociais que o atual modelo econômico desagregador impõe para muitos brasileiros que frequentam os conhecidos “bolsões de pobreza”.

Nesse pormenor, a exclusão social certamente será uma situação em que o jovem economista deverá lançar um olhar crítico para um completo entendimento da situação social que o aguarda. Talvez esteja nisso o primeiro e mais importante desafio para os jovens economistas brasileiros desse século XXI: entender as razões que levam um país como o Brasil, com grande potencial de recursos, a amargar um quadro vexatório em quesitos sociais.

Cabe a esses jovens economistas a tentativa de explicar como é possível, numa sociedade moderna, a ocorrência de fortíssima segregação social que põe de um lado os incluídos e, do outro, os excluídos; os ricos-milionários separados dos pobres-miseráveis; os sem terra segregados dos latifundiários. Em suma, um país formado por uma sociedade elitista e uma massificação de excluídos.

Aos jovens economistas conhecedores de história econômica brasileira caberá também responder por que ao Brasil, historicamente, coube um papel específico na economia mundial de grande fornecedor de commodities e, dessa maneira, enquanto os mercados externos são abastecidos pelo trabalho de muitos brasileiros, a economia interna regressa no tempo, desamparando os que aqui labutam.

O desafio maior que espera esses jovens economistas no mercado de trabalho talvez seja estudar, pormenorizadamente, essa exclusão social a que estamos fazendo alusão a fim de “entender” um país que é capaz de produzir e exportar aviões, mas incapaz de alimentar decentemente quase 20 milhões de pessoas. Um país que, por anos a fio, tem sido o maior produtor e exportador de suco de laranja, mas que abriga uma infinidade de crianças que nunca tomaram um copo desse suco. Um país que fabrica e exporta calçados de qualidade, mas muitos dentre sua população ainda andam descalços dormindo ao relento nos grandes centros urbanos.

Está reservado aos jovens economistas brasileiros, como um dos mais intensos desafios da profissão, responder os motivos de sermos uma das sociedades mais desiguais do mundo, com forte concentração de renda, em que os meios de produção estão nas mãos de apenas 6% da população. Um país em que de cada 20 brasileiros, apenas um é dono de alguma propriedade geradora de renda (empresa, imóvel ou mesmo o conhecimento).

Esses jovens economistas brasileiros da atualidade, mais do que qualquer outro profissional das ciências humanas, têm a árdua tarefa de explicar por que temos uma carga tributária que onera tanto os pobres (os 10% mais pobres pagam 44,5% mais impostos do que os 10% mais ricos); por que a reforma agrária nunca saiu do papel, sendo o nosso país o quinto maior em extensão territorial do planeta; um país que exporta vitaminas, mas, no entanto, quase (ou pouco mais) de 20 milhões dos que aqui habitam tem enormes dificuldades de se alimentar.

Especificamente sobre a questão agrária, que no bojo está implícita o paradoxo de muita terra disponível e muita gente passando fome, segundo os Cálculos do Plano Nacional de Reforma Agrária – Cadastro do INCRA – existe, aproximadamente, 55 mil imóveis rurais classificados como grandes proprietários improdutivos, que controlam 116 milhões de hectares. Eles são apenas 1% de todos os proprietários rurais do Brasil. Também sobre isso deverá o economista moderno lançar análise reflexiva.

O desafio da retomada do crescimento econômico

Esses jovens economistas que entrarão no mercado de trabalho vão se deparar com uma “armadilha” específica que põe severas amarras à economia brasileira. Atualmente, embora o governo afirme o contrário, a economia brasileira não cresce de forma robusta porque está presa a uma armadilha de alta taxa de juros e baixa taxa de câmbio que mantém as taxas de poupança e de investimentos deprimidas. De tal maneira, não há espaço para a criação da demanda necessária para que a taxa de acumulação de capital alcance o nível necessário à retomada do crescimento econômico.

Crescimento econômico, por sinal, será algo que deverá o economista moderno perseguir a todo o momento; principalmente aqueles que buscarem na administração pública uma colocação no mercado de trabalho.

Conquanto, mais do que encontrar “modelos” que respondam por uma adequada taxa de crescimento da economia, deverá o economista, a serviço do setor público, ter clara noção de que o crescimento econômico para ser solidificado e produzir frutos deverá ser transformado em desenvolvimento.

Para tanto, o economista moderno, obrigatoriamente, necessitará ter uma visão ampla do processo social, visto que desenvolvimento econômico, no dicionário da profissão, significa qualidade de vida, significa bem-estar a todos.

Combinando compreensão teórica com explicação técnico-didática, esse profissional somente estará apto a exercer sua profissão à medida que conseguir explicar os fatos econômicos dos tempos atuais com o rigor de excelência que se espera daquelas que tratam a profissão com esmero. E somente conseguirá fazer isso mediante uma visão panorâmica do ambiente econômico, estando, nesse pormenor, aberto ao processo de criação, uma vez que a sociedade é algo que os homens não param de refazer.

Diante, portanto, de uma sociedade e de sistemas econômicos que estão longe de serem estáticos, pois suas naturezas são essencialmente dinâmicas. Cabe ao economista moderno ser um analista social capaz de aferir com extrema sensibilidade as manifestações daqueles que almejam construir uma sociedade plural. Cabe insistir, nesse pormenor, que em sociedades com agudos desequilíbrios sociais, o primeiro compromisso da macroeconomia sempre deverá ser o de erradicar a pobreza, visto que a pluralidade em uma sociedade somente ganhará espaço quando o coletivo sair fortalecido, embora os Manuais de Introdução à Economia insistam em pregar o individualismo.

Depois de erradicada a miséria e banido os “bolsões de pobreza” que ainda marcam a história econômica desse país, com a economia doméstica se ajustando aos padrões de bem-estar coletivo, pensar-se-á na criação de riquezas, como muitos entendem ser esse o real e primeiro objetivo da economia.

Antes disso, uma longa e árdua tarefa espera pelos jovens economistas: a de fazer da economia, por meio da cooperação, uma ferramenta capaz de incluir. Para tanto, cabe ao observador da economia entender que essa ciência não se restringe apenas à frieza dos números, das taxas, dos índices, da econometria, da matematização constante, mas, antes, trata-se de uma ciência que tem no ser humano seu ponto focal; afinal, como disse Marshall, a economia “é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos diários da vida”.

http://www.zwelangola.com/opiniao/index-lr.php?id=8657

Matéria extraida da página Luis Nassif Online

FONTE:   http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/de-marcus-de-oliveira-aos-jovens-economistas

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Época: Cachoeira e Demóstenes queriam chegar até Dilma


Em conversa captada pela PF e divulgada por revista, contraventor orienta senador a trocar o DEM pelo PMDB para se aproximar do Planalto. Diálogos também indicam tentativa de interferência no STF e proximidade com políticos tocantinenses


O senador Demóstenes Torres (GO) foi orientado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a trocar o oposicionista DEM pelo governista PMDB para se aproximar do Palácio do Planalto na tentativa de fortalecer seus negócios. Diálogos obtidos pela revista Época mostram como Cachoeira interferia no mandato do senador, reeleito por 2,15 milhões de eleitores goianos em 2010.


Demóstenes tinha pretensão de ser ministro do STF, segundo a revista Época - Geraldo Magela/Senado


"E fica bom demais se você for pro PMDB… Ela quer falar com você? A Dilma? A Dilma quer falar com você, não?", pergunta Cachoeira. O senador responde: "Por debaixo, mas se eu decidir ela fala. Ela quer sentar comigo se eu for mesmo. Não é pra enrolar".

O contraventor incentiva o encontro: "Ah, então vai, uai, fala que vai, ela te chama lá". O diálogo, gravado com autorização judicial, ocorreu em abril de 2011, quando Demóstenes era líder do DEM no Senado e um dos principais opositores do governo Dilma no Congresso. O Planalto informou à revista que Dilma nunca recebeu o senador desde que assumiu a Presidência.


Pressionado e isolado, Demóstenes deixa o DEM

De acordo com a reportagem, de Andrei Meirelles e Murilo Ramos, Demóstenes negociava a mudança de partido com a cúpula do PMDB e já tinha até o aval do Planalto. Mas desistiu da ideia com receio de perder o mandato para o DEM por infidelidade partidária. Além da abertura de novo canal no governo, a troca tinha outro propósito, segundo a matéria: trilhar uma futura indicação de Demóstenes para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Tocantins

No mesmo diálogo, Cachoeira pede ao senador para tentar influenciar na decisão do ministro Luiz Fux, do STF, no julgamento de um recurso do ex-governador tocantinense Marcelo Miranda (PMDB), barrado inicialmente pela Lei da Ficha Limpa. Em 2010, Miranda foi o segundo mais votado na eleição para senador no estado. "Ele é um cara nosso", disse o contraventor na conversa interceptada pela Polícia Federal.

Apesar de Demóstenes ter se comprometido a atender ao pedido de Cachoeira, a conversa com o ministro não ocorreu, segundo o próprio Fux. O ministro liberou a posse do senador eleito, mas voltou atrás dias depois, alegando que Miranda estava inelegível não pela Ficha Limpa, tornada sem efeito para 2010, mas por causa dos efeitos da condenação por abuso de poder econômico. O peemedebista nega ter qualquer relação com Cachoeira.

A primeira decisão de Fux chegou a ser comemorada por Cachoeira e Cláudio Abreu, um de seus sócios e diretor afastado da Delta Construções. "Chefia, o Marcelo Miranda é senador", diz Cláudio. "O bom é que eu sei que ele vai ser procurador seu e meu, né?"

Os áudios divulgados por Época mostram, ainda, que Cachoeira também demonstrava influência sobre outra importante figura da política de Tocantins, o ex-senador Eduardo Siqueira Campos, atual secretário estadual de seu pai, o governador Siqueira Campos (PSDB). "Eduardo também é bom, Carlinhos. Não pode falar mal dele não, cara", diz Abreu. "Ele mandou dar o negócio para nós lá: a inspeção veicular do Tocantins." Eduardo Siqueira Campos também nega envolvimento com o contraventor e diz que não há definição sobre a exploração da inspeção veicular no estado.

Brasília

Cachoeira e Abreu também discutem, em outra conversa interceptada pela polícia, a possibilidade de a Delta conseguir um contrato de R$ 60 milhões para atuar no sistema automatizado de cobrança de passagem de ônibus. A construtora e o GDF dizem desconhecer o assunto.

Preso há um mês na Penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Cachoeira pediu ontem transferência para Brasília. Ele é acusado de comandar um esquema de jogo ilegal, com exploração de caça-níqueis, desbaratado pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.



Extraido do Congresso em Foco - Jornalismo para mudar
Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/epoca-cachoeira-e-demostenes-queriam-chegar-ate-dilma.html

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Intergeralzão: deu nas redes sociais

Stanley Burburinho no Twitter:


- Cachoeira e Demóstenes queriam chegar até Dilma, afirma revista.

 
- Espanha confirma que médico do país foi barrado ao tentar entrar no Brasi.

 
-  E agora Anastasia e Aécio? Cachoeira explora caça-níqueis em Uberlândia-MG [segundo a PF.


- Poupança tem o melhor março desde 1995 - Depósitos superaram os saques em R$ 2,5 bilhões no mês.


- Alunos da escola mais bem avaliada de SP receberam ajuda de professores-MP vai investigar suspeita de fraude no Saresp-http://is.gd/6tQo3O

- Para a Folha de São Paulo, Anísio Abraão David é bicheiro; Cachoeira é "empresário do ramo de jogos


- Estude na Nova Faculdade de Contagem-MG, do Demóstenes Torres, e ganhe um rádio Nextel e diploma impresso em Miami

domingo, 1 de abril de 2012

A TERRA OCA



No início de 1970, a Administração do Serviço de Ciência e Meio Ambiente (ESSA), que pertence ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos, divulgou para a imprensa fotografias do Pólo Norte tiradas pelo satélite ESSA-7 em 23 de novembro de 1968. Uma dessas fotografias mostrava o Pólo Norte com um imenso buraco ou abertura para seu interior.

A ESSA estava longe de suspeitar que suas fotos rotineiras de reconhecimento atmosférico fosse contribuir e despertar uma das controvérsias mais sensacionais a respeito da Terra Oca e dos Ovins. Na revista Flying Saucers, de Junho de 1970, o editor e ufólogo Ray Palmer reproduziu as fotos do satélite ESSA-7 junto com um artigo em que ele abordava a questão dos Intraterrenos ou de uma civilização mais avançada do que a nossa desde há milhares de anos, bem conhecida de resto pelos lamas ou monges tibetanos.

O vice-almirante Richard E. Byrd da US NAVY foi um destemido aviador, pioneiro e explorador polar, que sobrevoou o Pólo Norte em 9 de maio de 1926, e dirigiu numerosas expedições à Antártida, incluíndo um vôo sobre o Pólo Sul em 29 de novembro de 1929. Entre 1946 e 1947, levou adiante a operação em grande escala chamada High Jump (Pulo Alto), durante a qual descobriu e cartografou 1390000 km2 de território antártico. As famosas expedições de Byrd entraram pela primeira vez na controvérsia da Terra Oca quando vários artigos e livros, especialmente Worlds Beyond The Poles (Mundos Além dos Pólos), de Amadeo Giannini, afirmavam que Byrd na realidade não voou por cima do pólo, mas sim dentro dos grandes buracos que levam ao interior da Terra.

Ray Palmer, baseando-se principalmente no livro de Giannini, introduziu esta teoria no número de Dezembro de 1959 da sua revista e, por causa disso, manteve uma volumosa correspondência a respeito. Segundo Giannini e Palmer, o vice-almirante Byrd anunciou em fevereiro de 1947, após uma suposta viagem de 2750 km através do Pólo Norte: "Gostaria de ver a Terra além dos pólos". Essa área além dos Pólos é o centro do grande enigma. Giannini e Palmer diziam também que, durante seu suposto vôo sobre o Pólo Norte em 1947, o vice-almirante Byrd comunicou por rádio que via abaixo dele, não neve, e sim áreas de terra com montanhas, bosques, vegetação, lagos e rios, e um estranho animal que parecia um mamute.

Cidade do Arco-Íris

Em janeiro de 1956, após dirigir outra expedição à Antártida, o vice-almirante Byrd manifestou que sua expedição havia explorado 3700 km além do Pólo Sul e, além disso, justo antes de sua morte, Byrd disse que a Terra além do Pólo era um continente encantado no céu, terra de mistério permanente. Essa terra, segundo outras teorias, era a legendária Cidade do Arco-Íris, berço de uma fabulosa civilização perdida.

Para Giannini e Palmer, os comentários atribuídos ao vice-almirante Byrd confirmaria o que eles sempre suspeitaram: que a Terra tem uma forma estranha no Pólos, algo parecido a um "donut", com uma depressão que forma um buraco gigante que passa através do eixo da Terra, de um pólo a outro. Dado que, por razões geográficas, é impossível voar 2750 km além do Pólo Norte e 3700 km além do Pólo Sul sem ver água. Parece lógico pensar que o vice-almirante Byrd deve ter voado dentro de enormes cavidades convexas dos pólos, dentro do Grande Enigma do interior da Terra e que, se tivesse seguido adiante, teria chegado na base secreta dos OVNI's que pertencem à super-raça oculta, quem sabe a lendária Cidade do Arco-Íris que Byrd teria visto refletida no céu.

A possibilidade de que a Terra seja oca, que possa entrar nela através dos Pólos Norte e Sul, e de que civilizações secretas floresçam em seu interior tem aguçado a imaginação desde tempos atrás. Assim, o herói babilônio Gilgamesh visitou seu antepassado Utnapishtim nas entranhas da Terra; na mitologia grega, Orfeo tratou de resgatar Eurídice do inferno subterrâneo; dizia-se que os faraós do Egito comunicavam-se com o mundo inferior, onde desciam através de túneis secretos ocultos nas pirâmides; e os budistas acreditavam (e acreditam todavia) que milhões de pessoas vivem em Agharta, um paraíso subterrâneo governado pelo Rei do Mundo.

O mundo científico não ficou imune desta teoría: Leornard Euler, um gênio matemático do século 18 deduziu que a Terra era oca, que continha um sol central e que estava habitada; e o doutor Edmund Halley, astrónomo real de Inglaterra no século 18, descobridor do cometa Halley, também acreditava que a Terra era oca e guardava em seu interior três pisos. Nenhuma destas teorias estavam sustentadas cientificamente, porém coincidiam com várias obras de ficção sobre o mesmo tema, onde dentre as mais importantes eram “As Aventuras de Arthur Gordon Pym”, de Edgar Alían Poe (1833), onde o herói e seu companheiro tem um terrível encontro com os seres do interior da Terra. E na Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne (1864), onde um professor aventureiro, seu sobrinho e um guia penetram no interior da Terra através de um vulcão extinto na Islândia, e encontram novos céus, mares e répteis gigantescos e pré-históricos que povoavam os bosques.

A crença de uma Terra Oca estava tão difundida que inclusive Edgar Rice Burroughs, o célebre autor de Tarzan, sentiu-se obrigado a escrever Tarzan nas Entranhas da Terra (1929), um mundo que encontra-se na superfície interior da Terra e que está iluminado por um sol central. A Sombra Além do Tempo (1936) de H.P. Lovercraft transportou o tema para a época atual, descrevendo uma raça antiga e subterrânea que dominou a Terra há 150 milhões de anos e que, desde então, refugiaram-se no interior da Terra, e inventaram aviões e veículos atômicos, e dominavam a viagem no tempo e a percepção extrasensorial. Estas e outras obras de ficção manteve vivo o interesse pela possibilidade da Terra ser oca e que esconde outras civilizações.




Assim, quando foram vistos os primeiros OVNI's nos Estados Unidos em 1947 e a ufomania assolou o país primeiro e o mundo depois, surgiram duas teorias para explicá-los. Os OVNI's deviam ser naves extraterrestres de alguma galáxia próxima, ou pertenciam a seres avançadíssimos que habitavam o interior da Terra. Estas teorias levaram a recuperar as lendas das civilizações perdidas da Atlântida e de Thule, e a crença de que esta última encontrava-se no Ártico (não confundir com Dundas, antes Thule, que hoje é uma base aérea dos Estados Unidos e centro de comunicação).

Acreditava-se também que outra possível fonte de procedência dos OVNI's encontrava-se na Antártida. Esta teoria surgiu no convincente livro de John G. Fuller, A Viagem Interrompida (1966), onde o autor relata a história de Betty e Barney Hill, um casal americano que, durante um tratamento psiquiátrico devido a um inexplicável período de amnésia, recordaram através de hipnose que havíam sido raptados por extraterrestres, examinados no interior de um disco voador e informados que os extraterrestres tinham bases em toda a Terra, algumas no fundo do mar e pelo menos uma na Antártida.

Deste modo, quando Ray Palmer publicou sua controvertida teoria em 1970, os ufólogos e crentes na Terra Oca ficaram com a expectativa: tratava-se de provas conclusivas? Porém os argumentos que Palmer defendia revelaram-se extremamente suspeitos. Todas as investigações feitas desde então não confirmaram nenhuma das afirmações atribuídas por Giannini e Palmer ao vice-almirante Byrd; nem sequer confirmou-se seu vôo sobre o Pólo Norte em fevereiro de 1947 (o certo é que Byrd sobrevoou o pólo Sul nesta data, no transcurso da operação High Jump), inclusive supondo que Byrd teria feito tais comentários, o mais lógico é acreditar que “a terra além dos pólos” e o “grande Enigma” são formas de falar das regiões então inexploradas a continentes escondidos no interior da Terra, e que “o continente encantado no céu” era unicamente uma descrição de um fenômeno que acontece nas latitudes antárticas, uma espécie de reflexo que trás o reflexo de terras distantes.

Existem porém algumas pessoas que afirmam ter visto num noticiário, sobre a expedição de Richard Byrd ao Pólo Norte, onde se viam montanhas, árvores, rios e um grande animal identificado como um mamute. Uma mulher escreveu para Ray Palmer sobre esta notícia, assegurando mesmo que a havia visto em White Plains, New York, em 1929. Entretanto, este documentário não está registrado em nenhum arquivo. Será que se trata de uma artimanha do Governo dos Estados Unidos? Ou será que esse documentário nunca existiu?

 Durante os anos 80 ocorreu um boato que um satélite espião militar norte-americano tirou várias fotografias sobre o pólo norte no exacto momento em que se abriu um buraco no pólo para dar passagem a uma nave desconhecida. Abaixo de nossos pés pode existir uma civilização inteira desconhecida.


O Diário de Richard Byrd

O mais intrigante dos segredos que R. Byrd foi forçado a não revelar, impedido pelo governo dos EUA, seria conhecido anos depois de sua morte ocorrida em 1958. Ele escreveu suas memórias num Diário que foi encontrado e publicado no ano de 1992 e nele se lê o seguinte:

11 de Março de 1947 - «Acabo de participar de uma reunião no Pentágono. Relatei integralmente o que descobri e a Mensagem que trouxe para os governantes do Mundo exterior. Tudo foi devidamente gravado. O Presidente dos EUA foi avisado. Fui detido por várias horas (seis horas e trinta e nove minutos para ser exacto). Fui exaustivamente interrogado pelas Forças de Segurança Máxima e por uma equipa médica. Foi uma grande provação! Fui colocado sob estrita vigilância pelo Serviço de Segurança e ordenaram-me que permanecesse em silêncio quanto a tudo o que descobri. E lembraram-me de que sou um militar e que devo obedecer ás ordens».

30 de Dezembro de 1956 - «Os últimos anos que passaram desde 1947 não foram bons... Faço agora a minha última anotação neste diário singular. Terminando, devo declarar que, fielmente, mantive o assunto em segredo, conforme ordenado, por todos estes anos. Foi completamente contra os meus princípios morais, mas agora parece-me pressentir a chegada da longa noite e esse segredo não morrerá comigo, mas, como deve ser com tudo o que é verdade, deverá esta triunfar. Ele poderá ser a única esperança para a Espécie Humana. Eu vi a Verdade e ela vivificou o meu espírito e me libertou! Cumpri com o meu dever para com o monstruoso complexo militar. Agora, a longa noite começa a aparecer mas não será um fim. Quando a longa noite do Ártico terminar, o Sol brilhante da Verdade voltará... e os que foram da escuridão cairão com a sua Luz... Pois eu vi aquela Terra além do Polo, aquele Centro do Grande Desconhecido».

De tudo o que se escreve e diz a este respeito, cada um tire sua própria conclusão.
Rui Palmela
 
 
MISTÉRIOS DESVENDADOS