quarta-feira, 30 de abril de 2014

Pepe Mujica: "Nós, socialistas, temos que formar nossa gente"

 
"A formação universitária contemporânea está embebida de capitalismo por toda parte. Nós, socialistas, temos que formar nossa gente".
 
 

Carta Maior: Como o senhor conheceu Darcy Ribeiro e como se tornaram amigos? Tinham ideias políticas parecidas?

Mujica: Eram tempos já distantes, do golpe militar no Brasil. No Uruguai se refugiaram alguns notórios perseguidos políticos e lutadores sociais brasileiros e nós compúnhamos um grupo de rapazes jovens que, solidariamente, trabalhávamos de correio, para trâmites de imigração, e viajávamos continuamente para Porto Alegre, São Paulo e Rio.

Numa dessas idas, em algum apartamento, conheci Darcy. Eu o observava, na visão de homem jovem que eu era, como uma espécie de maestro, daqueles que nos iluminava o caminho. Havia uma distância intelectual muito marcada entre nós e Darcy. Afinal, não éramos mais que um pequeno punhado de jovens carteiros. De qualquer modo, penso que não foi em vão. Conheci muita gente do pensamento brasileiro e, com o passar do tempo, encontrei alguns por aqui, outros por lá, outros que já não estão.

A América Latina está imersa em um processo de mudanças importantes em muitos de seus países. O que pensaria Darcy Ribeiro da América Latina que temos atualmente?

Eu penso que, por um lado, ele teria uma espécie de grata surpresa e seguramente estaria comprometido, ajudando. Mas seguramente estaria criticando também. Ineludivelmente, pela forma libertária e aberta de sua maneira de pensar, pelo fervoroso idealismo carregava. E eu acho que ele reforçou isso em seus trabalhos de Antropologia, conhecendo os povos primitivos. Mas não tenho dúvida de que estaria apoiando; mas não apoiando incondicionalmente, sim numa atitude crítica.

Você fala de apoio e de crítica. O que teria a América Latina atual que aprender do pensamento, da luta e da obra de Darcy Ribeiro?

Eu acho que existem coisas que são permanentes: sua devoção aos povos primitivos, sua devoção aos costumes, a busca nos povos primitivos das mais profundas chaves da conduta humana. Acho que isso é uma parte moderna, que será incorporada.

Existem muitos antropólogos que estudam a ciência do homem e estão muito atrasados com respeito a outros. E nesta América, acho que Darci nos deixou um capital, deste ponto de vista, que é pelo menos um ponto de partida. Não é o fundamentalismo de defesa dos povos aborígenes como quem defende uma coisa que deve ser conservada, como quem conserva animais raros, mas eu entendo que os esforços de Darcy têm que ver com encontrar as chaves da conduta humana fora da civilização: é o que temos no disco rígido da espécie. Por momentos, pelo menos, me dá essa impressão.

A experiência boliviana, com um presidente indígena à frente e com todas as contradições que está tendo esse processo, teria lhe interessado, sem dúvida, muitíssimo.

Sem dúvida. Ele estaria em uma espécie de oficina permanente, revisando algumas de suas teses, gerando outras. Seguramente ele estaria cultivando um pensamento fermental. E eu diria, procurando iluminar-nos, no caminho da teoria, neste mundo de esquerdas potentes como as que se movem na América do Sul, mas que têm uma dívida muito profunda em matéria de teoria.

Ribeiro estava firmemente convencido das possibilidades emancipadoras da educação. No Brasil, tentou construir uma universidade modelo para uma nova sociedade mais justa e democrática. Você acha que a educação ainda tem esse poder de mudar o mundo, apesar de que ele está cada vez mais regido pelo dinheiro sem pátria?

Acho que Darcy era um prisioneiro de sua própria fé, de seu próprio entusiasmo. Não tenho dúvida de que a educação é um componente imprescindível para uma sociedade melhor, mas com isso não chega. A formação universitária de caráter contemporâneo sofre e, em grande medida, está embebida de capitalismo por todos os lados, e tende a reproduzir quadros intelectuais, acadêmicos, que afinal acabam sendo funcionais para o próprio capitalismo. Não gera necessariamente quadros para uma sociedade diferente ou para que lutem por uma sociedade diferente. Isto acho que não se podia ver na época de Darcy.

Mas vou resumir: nós, socialistas, temos que fundar nossas próprias universidades e formar nossa gente e não mandá-las para que o capitalismo as forme e pretender depois criar socialismo com essa intelectualidade. Sei que é muito forte, mas acho que é um de nossos deveres. Mas isto eu digo depois de ler o jornal de segunda-feira, digo depois de ter vivido, antes não pensava assim.

Porque você considera que a cultura tem um papel relevante nas mudanças sociais…

Tremendo!

…as mudanças das forças produtivas em nível político não são suficientes se não há uma mudança cultural na sociedade.

Conhecimento e cultura, as duas coisas. Mas embebidos de outros valores. E uma universidade que trata de capacitar profissionais que estão apressados por formar-se para incorporar-se ao grande mercado de trabalho, o que não parece o mais adequado, em termo genérico sempre vai existir... mas bem, em todo caso isto é após o tempo de Darcy. Provavelmente se ele estivesse vivo estaríamos discutindo isto.

Seria muito bom… Como Darcy, que era um antropólogo, você mostra também inquietude pela crise ambiental. Fez referências importantes ao tema na abertura da Assembleia da ONU este ano. Como o tema ambiental muda a concepção de luta socialista no mundo atual em relação com a visão, talvez mais romântica, que se tinha quando você e Darcy eram jovens militantes.

A tese central que sustento é que, no fundo, a crise ambiental é uma consequência, não uma causa. Que, na verdade, os problemas que temos no mundo atual são de caráter político. E isso se manifesta nessa tendência de destroçar a natureza.

E por que político? É político e é sociológico porque remontamos a uma cultura que está baseada na acumulação permanente e em uma civilização que propende ao “usa e descarta”, porque o eixo fundamental dessa civilização é apropriar-se do tempo da vida das pessoas para transformá-lo em uma acumulação. Então, é um problema político. O problema do meio ambiente é consequência do outro. Quando dizemos que “para viver como um americano médio, são necessários três planetas” é porque partimos de que esse americano médio desperdiça, joga fora e está submetido a um abuso de consumo de coisas da natureza que não são imprescindíveis para viver.

Portanto, quando digo político, me refiro à luta por uma cultura nova. Isso significa cultivar a sobriedade no viver, cultivar a durabilidade das cosas, a utilidade, a conservação, a recuperação, a reciclagem, mas fundamentalmente viver aliviado de bagagens. Não sujeitar a vida a um consumo desenfreado, permanente. E não é uma apologia à pobreza, é uma apologia à liberdade, ter tempo para viver e não perder o tempo em acumular coisas inúteis. O problema é que não se pode conceber uma sociedade melhor se ela não se supera culturalmente.

Por último, uma lembrança, a lembrança mais forte que você conserva da relação que teve com Darcy Ribeiro.

O que mais me impressionou é a fé cega que esse bom homem tinha na educação como alavanca principal para ordenar o mundo. Ele era um apaixonado pela educação. Era uma espécie de professor predicador, não apenas do conhecimento, mas da necessidade de semear conhecimento.

Nos faz falta?

Sim, claro que nos faz falta, muitíssima falta. Um apaixonado pela educação!




Fonte: http://www.cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FEducacao%2FPepe-Mujica-Nos-socialistas-temos-que-formar-nossa-gente-%2F13%2F29415




terça-feira, 29 de abril de 2014

Joaquim Barbosa está certo: Lula tem dificuldades em compreender. Ele é a prova viva disso.

29 de abril de 2014 | 08:39 Autor: Fernando Brito
 


O doutor Joaquim Barbosa divulgou nota ontem para dizer que a “ desqualificação do Supremo Tribunal Federal, pilar essencial da democracia brasileira, é um fato grave que merece o mais veemente repúdio”.

Por que, Dr. Joaquim?

Lula não é um chefe de Poder e , quando era, jamais desqualificou qualquer decisão judicial, o que, sim, seria digno de reação do Judiciário.

Não fez como o senhor (e com alguma razão, reconheço) que na presidência de um poder da República, desqualificou os outros dois poderes, ao dizer que “o problema crucial brasileiro, a debilidade mais grave do Congresso brasileiro é que ele é inteiramente dominado pelo Poder Executivo” e que o Legislativo não representava o povo.

Lula é um cidadão comum e um cidadão comum pode criticar duramente e até desqualificar um Supremo Tribunal Federal em que o presidente admite publicamente ter quantificado uma pena só para que o condenado não tivesse acesso ao regime semi-aberto, ou que diz que um de seus pares tem “capangas” e não dá sequencia a esta acusação.

Ou que desmembra um processo, para que determinados fatos não entrem num julgamento, ou que lança suspeitas sobre os que lhe divergem, como foi feito com os ministros Ricardo Lewandowski e Luís Alberto Barroso.

É curioso que o senhor diga que Lula tem “dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome”.
Talvez seja o senhor quem tenha dificuldade em compreender que, numa democracia digna deste nome, poder ou mandatário algum seja incriticável.

Obediência à decisão judicial não obriga a concordar com ela ou elogiar, simples assim.

As cortes supremas, Excelência, são cortes políticas, sem que isso as desobrigue de serem técnicas.
É assim em todo o mundo, uma vez que elas são, inclusive, compostas por indicações políticas dos demais poderes.

Nos próprios EUA os governos assumem claramente que fazem estas indicações para tornar a Suprema Corte politicamente mais liberal ou conservadora.

Aliás, a sua própria indicação para Ministro do Supremo foi política: aquele cidadão que tem “dificuldades em compreender” compreendeu a importância de termos um negro na instância mais alta do Judiciário.

E que evidencia a independência com que tratou este poder no fato de que vários de seus indicados -entre eles o senhor – nunca se sentiram obrigados a julgar por “herança” desta indicação.

Aliás, se desejar, Lula pode usar o senhor como prova de como reconheceu a independência do Judiciário.

Ele poderia perfeitamente dizer, sem faltar em um pingo à verdade:

- Veja só o caso deste Joaquim Barbosa. Não era um jurista conhecido nacionalmente, nem eu tinha relações pessoais com ele, mas achei importante a simbologia de termos um Ministro negro. Uma parcela importante dos brasileiros é negra e achei que seria um avanço que tivéssemos um brasileiro negro no Supremo.

Isto não é político, Dr. Joaquim, no melhor sentido que se possa dar à palavra?

Mas o senhor não se vexa em atacar a inteligência de Lula, falando de sua “dificuldade em compreender”.

Talvez, quem sabe, baseado no fato de ele o ter indicado para o STF.


Pode ser, afinal, que o senhor, Dr. joaquim, tenha razão


Fonte: http://tijolaco.com.br/blog/?p=17101

sábado, 26 de abril de 2014

DIRCEU, HOMEM-TESTE

Esforço de Joaquim Barbosa para impedir Dirceu de exercer um direito saiu do plano racional -- e isso é mais perigoso do que parece

 É inacreditável que, no Brasil de 2014, se tente levar a sério – por um minuto – o pedido de investigar todas ligações telefônicas entre o Planalto, o Supremo, o Congresso e a Papuda entre 6 e 16 de janeiro.
A rigor, o pedido de investigação telefonica tem um aspecto terrorista, como já disse aqui. 
Implica em invadir poderes -- monitorar ligações telefonicas é saber quem conversou com quem mesmo sem acessar o conteúdo da conversa  -- e isso o ministério público não tem condições de fazer antes que o STF autorize  a abertura de um processo contra a presidente da República. 
O que queremos? Brincar de golpe?
Criar o clima para uma afronta aos poderes que emanam do povo? 
Quem leva a sério o pedido de monitorar telefones do Planalto, com base numa denúncia anonima, sem data, nem hora nem lugar conhecido -- o que permite perguntar até se tenha ocorrido -- nos ajuda a  pensar numa hipótese de ficção cientica. Estão querendo um atalho atingir a presidente? Assim, com a desculpa de que é preciso apurar um depoimento secreto? 
Nem é possível fingir que é possível levar a sério um pedido desses. 
Por isso não é tão preocupante que uma procuradora do DF tenha feito tenha assinado um pedido desses. É folclórico, digno dos anais da anti-democracia e da judicialização.
O preocupante é a demora de Joaquim Barbosa em repelir o pedido. Rodrigo Janot, o PGR, já descartou a solicitação. Mas Joaquim permanece mudo.
O que ele pretende? 
O que acha que falta esclarecer? 
Indo para o terreno prático. Estamos falando de uma área por onde circulam milhares de pessoas, que mantém conversas telefônicas longas, curtas, instantâneas ou intermináveis com chefes, assessores, amigos, maridos, motoristas, namoradas, amantes...sem falar na frota de taxi, no entregador de pizza e no passeador de cachorro...
Monitorar quem ligou para quem?
Imagine. Num dia qualquer entre 6 e 16 de janeiro de 2016 uma jovem assessora do Senado, que trabalha de minissaia e namora um musculoso agente penitenciário na Papuda, resolve encontrá-lo para tomar um sorvete. Mas o rapaz não aparece. Ela liga para o celular do amor de sua vida. O namorado atende  dentro de um ônibus que, naquele momento, se encontra parado no sinal vermelho em frente ao Planalto. 
Três meses depois, aparece o grampo:
-- Alô, Zé Dirceu na linha? Onde você está? Aqui é a Maça Dourada. Aquela, de 68. Lembra, na Maria Antônia....A gente não tinha marcado um encontro, 50 anos depois? Nossa turma tinha essa mania, lembra?
 Está na cara que nada se pretende descobrir com uma investigação desse tipo. O que se pretende é ganhar tempo, como se faz desde 16 de novembro, quando Dirceu e outros prisioneiros chegaram a Papuda. Com ajuda dos meios de comunicação mais reacionários, os comentaristas mais inescrupulosos, pretende-se criar uma ambiente de reação contra o exercício de um direito típico dos regimes democráticos. Aguarda-se por uma comoção que impeça a saída de Dirceu. Você entendeu, né...
No plano essencial, temos o seguinte: Dirceu nunca deveria ter passado um único dia em regime fechado, pois  jamais recebeu uma sentença que implicasse em pena desse porte após o trânsito em julgado.
 Suas condições de detenção na Papuda se tornaram inaceitáveis a partir do momento em que ele – cumprindo as determinações legais à risca – conseguiu uma oferta de emprego para trabalhar em Brasília, obtendo a aprovação do Ministério Público e da área psicossocial.
No plano da investigação policial, temos o seguinte: nenhuma das possíveis alegações para impedir o exercício desse direito foi provada. Nenhuma.
 O que mantém Dirceu na prisão?
 Apenas  a vontade política de negar um direito que a lei assegura a todos. Um pedido de monitoramento de milhares (ou centenas de milhares? Milhões?) de telefonemas expressa o tamanho dessa vontade delirante de  castigar, de punir. Já se ultrapassou qualquer limite civilizado. E aqui entramos em nova área de risco.
 Depois de passar por um campo de concentração do nazismo, e, mais tarde, conduzido a um campo soviético  porque fazia oposição política a Josef Stalin, o militante David Roussett fez uma afirmação essencial:
 “As pessoas normais não sabem que tudo é possível.

Ele se referia à câmara de gás, aos trens infectos, ao gelo, a fome, o frio – a todo sofrimento imposto a seres humanos em nome do preconceito de raça, de classe, da insanidade política, do ódio, da insanidade que dispõe de armas poderosas para cumprir suas vontades.
Não temos câmaras de gás no Brasil de 2014. Mas temos anormalidade selvagem.  Já tivemos um julgamento onde os réus não tiveram direito a presunção da inocência. Quem não tinha foro privilegiado não teve direito a um segundo grau de jurisdição. As penas foram agravadas artificialmente.  
Dirceu está sendo desumanizado, como se fosse uma cobaia de laboratório, mantida sob vigilância num cubo de vidro, 24 horas por dia.
Foi transformado num caso-teste.  
O direito que hoje se nega a Dirceu amanhã poderá ser negado a todos.
 Será tão difícil captar a mensagem? 

Fonte: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/48_PAULO+MOREIRA+LEITE

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Barbosa emitiu “resolução” para se tornar carcereiro eterno de Dirceu



No mesmo feriado prolongado em que foi expedida a ordem de prisão de José Dirceu ele se entregou na sede da Polícia Federal em São Paulo. Em 17 de novembro de 2013, por volta das 19 horas, o ex-ministro cruzou os umbrais de uma época de sofrimentos que lhe passariam a ser impostos por alguém que se converteria em uma combinação de carcereiro e verdugo: o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Sem razões pessoais conhecidas para odiar Dirceu, só há uma explicação para a conduta que o presidente do STF tem adotado ao fazer o possível, o improvável e até o impossível para manter esse condenado pela Justiça atrás das grades a despeito de sua condenação lhe facultar o regime semiaberto: Barbosa segue um plano minuciosamente urdido para não apenas gerar efeitos políticos com essas execuções penais,  mas para torturar, acima de qualquer outro, um político que talvez tenha os inimigos mais poderosos que qualquer outro político brasileiro já teve na história recente.
O plano contra os alvos principais da Ação Penal 470, vulgo Julgamento do mensalão, começa a ganhar forma quando se analisa a execução das penas dos condenados do mensalão. O ex-presidente do PT José Genoino figura na documentação como número 1, a execução de Dirceu é a número 2 e a de Delúbio Soares, número 3. Os demais condenados foram identificados em seguida.
Mas a evidência mais clara de que Barbosa planejou cuidar pessoalmente para que as penas desses três fossem o mais duras possível reside em um casuísmo inédito na história da Justiça brasileira. Um dia antes de decretar a prisão de Dirceu e Genoino, entre outros, Barbosa criou uma nova classe processual para executar suas penas.
A norma 514 não estava prevista no Regimento Interno do Supremo um dia antes de Barbosa expedir ordens de prisão de 12 condenados do mensalão. A classe processual inédita foi denominada Execução Penal (EP). Segundo a nova norma, processos penais julgados no STF devem ser distribuídos ao seu relator, que ficará responsável pela execução penal dos condenados até o fim de suas penas.
Confira, abaixo, a resolução casuística determinada por Barbosa exclusivamente para os réus do mensalão e, agora se sabe, mais do que para qualquer outro, para José Dirceu.


Por conta desse impressionante plano de Barbosa de se tornar carcereiro dos três principais alvos do julgamento do mensalão – que, cada vez fica mais claro, foi urdido para gerar efeitos políticos, além de promover uma vendeta –, os advogados dos condenados pretendem esperar que o presidente do Supremo deixe a Corte antes de fazerem qualquer pedido de cumprimento de pena em regime aberto para seus clientes.
Aliás, todas as outras medidas que os advogados deverão interpor em favor de seus clientes estão congeladas, à espera de que Barbosa cumpra a promessa de deixar a Corte, o que pode acontecer já no segundo semestre deste ano.
Entre as medidas que estão sendo postergadas figuram a revisão criminal do processo, agora amparada, por exemplo, pela absolvição de José Dirceu do crime de formação de quadrilha, o que torna praticamente insustentáveis as outras acusações que lhe foram feitas, obviamente desde que respeitado o bom Direito.
Outra medida que os advogados dos condenados pretendem adotar também depende da saída de Barbosa porque depende, também, do julgamento da revisão criminal da Ação Penal 470. Qual seja, a medida de recurso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, pois só é possível apelar àquela Corte após todos os recursos à Justiça brasileira terem sido esgotados.
O mais impressionante em tudo isso é que o foco de Barbosa, ao assinar a resolução 514 às vésperas de prender os primeiros 12 condenados do mensalão, parece ser exclusivamente José Dirceu.
Delúbio e Genoino conseguiram desfrutar dos benefícios que a lei lhes concede, de uma forma ou de outra. Delúbio, há muito já desfruta do semiaberto apesar de um contratempo que o interrompeu, mas que foi rapidamente solucionado, o que lhe permitiu voltar a trabalhar fora da prisão. Genoino, ou bem ou mal ainda está em prisão domiciliar.
Outros condenados, além dos alvos 1, 2 e 3 de Barbosa, não estão sendo diretamente monitorados pelo presidente do STF e têm tido menos dificuldades para obter benefícios, como o ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT). Desde janeiro, ele faz dupla jornada de trabalho.
Repetindo: Barbosa arrogou para si a execução das penas dos réus do núcleo político do processo do mensalão, exclusivamente. Se ficar no STF até o fim das penas desses condenados, provavelmente fará tudo que puder para que cumpram em regime fechado suas penas, dando relevância a qualquer acusação que lhes for feita.
Dirceu, porém, permanece como objeto principal de um assustador sadismo do presidente do Judiciário brasileiro, quem, para mantê-lo preso e/ou até agravar sua pena, não tem poupado esforços.
Barbosa chegou a mudar o juiz da execução penal dos condenados do mensalão. Trocou por um substituto com histórico de antipetismo explícito. Deu asa a boatos sobre “regalias” para os condenados petistas que após meses de investigação não foram comprovadas e, agora, chegou ao cúmulo de fazer tramitar até um pedido de escutas ilegais envolvendo um outro Poder.
A má notícia para Dirceu, pois, é a de que, com a resolução 514, Barbosa ficará responsável pela execução de sua pena mesmo após deixar de ser presidente do STF, no fim do ano, quando será substituído por Ricardo Lewandowski. Isso porque o atual presidente do STF foi o relator do processo do mensalão e, pela resolução em tela, o relator de uma ação penal cuida até o final da execução das penas que tal ação gere.
Todavia, há uma boa notícia não só para Dirceu, mas para os condenados 1 e 3 da lista negra do presidente do STF (Genoino e Delúbio).
Corre no STF, a boca pequena, que Barbosa não concordaria em ser comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que assume a presidência do STF em novembro. Portanto, estaria para deixar aquela Corte. Se não para se candidatar nas próximas eleições (o que talvez não faça porque poderá prejudicar sua aposentadoria), para fundar uma ONG que iria “combater a corrupção”.
Sem Barbosa no STF, a execução das penas caberia a Lewandowski. Conhecido por sua postura equilibrada e impessoal, provavelmente delegaria a execução das sentenças dos condenados do mensalão aos juízes comuns. E sem interesses pessoais envolvidos, os advogados dos condenados já dão como certo que seria fácil obter benefícios como a progressão para o regime aberto, do qual Dirceu poderia desfrutar já no começo do ano que vem.


Fonte: http://www.blogdacidadania.com.br/2014/04/barbosa-emitiu-resolucao-para-se-tornar-carcereiro-eterno-de-dirceu/

quinta-feira, 10 de abril de 2014

97% da quimioterapia não funciona e só se utiliza por uma única razão...

 
 

Extracto del artículo original de la revista médica Prevent Disease escrito por DAVE MIHALOVIC


¿Cuál es la razón por la que se sigue utilizando la Quimioterapia?, pues que los médicos y las compañías farmacéuticas hacen dinero con ello. No reduce la mortalidad o disminuye las tasas de cáncer, por el contrario, las aumenta.
 
La mayoría de los pacientes mueren o se ven nuevamente afectados por el cáncer a los 10 ó 15 años después del tratamiento con quimio, Destruye el sistema inmunológico, aumenta la caída del sistema neurocognitivo, interrumpe el funcionamiento endocrino y es causa de intoxicaciones metabólicas en órganos.
Los pacientes, básicamente, viven en un permanente estado de la enfermedad hasta su muerte. La industria del cáncer margina curas seguras y efectivas, mientras que promociona de sus remedios patentados, caros y tóxicos cuyos riesgos superan con creces cualquier beneficio. Esto es lo que mejor saben hacer, y lo hacen, ya que con ello hace que el dinero, así de simple.
 
Es un negocio de proporciones gigantescas.
 
La quimioterapia no se dirige a las células cancerosas, y debido a esto, con la quimioterapia:
 
1) Mueren muchas más células normales que células cancerosas.
 
2) las células normales que sobreviven sufren daños tóxicos.
 
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Asimismo, el artículo añade que ciertas sustancias que aparentemente resultaron más efectivas, fueron desechadas como sustituto a la quimioterapia por que no ofrecían margen de negocio debido a su bajo coste.
 
Cómo la Quimioterapia aumenta realmente el crecimiento del Cáncer
 
Los investigadores probaron los efectos de un tipo de quimioterapia en el tejido recogido de los hombres con cáncer de próstata, y se encontró “evidencia de daño en el ADN” en las células sanas después del tratamiento, escribieron los científicos en la revista Nature Medicine
 
La quimioterapia actúa inhibiendo la reproducción de las células de rápida división, como las que se encuentran en los tumores.
 
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Los científicos descubrieron que las células sanas dañadas por la quimioterapia secretan más de una proteína llamada WNT16B que aumenta la supervivencia de células cancerígenas.
 
“El aumento en WNT16B fue totalmente inesperado”, el coautor del estudio Peter Nelson, del Centro de Investigación del Cáncer Fred Hutchinson en Seattle dijo a la AFP.
 
La proteína fue captada por las células tumorales vecinas a las células dañadas.
 
“WNT16B, cuando secretada, podría interactuar con las células tumorales vecinas y hacer que la invasión crezca y esto es importante, pues se resisten a la terapia posterior”, dijo Nelson.
 
En el tratamiento del cáncer en los tumores suelen responder bien al principio, seguido de un rápido rebrote y resistencia a la quimioterapia suministrada posteriormente.
 
Los médicos hablar sobre la industria del cáncer
 
Dr. Robert Atkins, mundialmente conocido por la llamada dieta Atkins, una vez anunció que hay varias curas para el cáncer, no se gana dinero con ellas. Son naturales, eficaces y de bajo costo, los medicamentos de alto costo no están involucrados, pero requieren mucha labor de autodisciplina de los pacientes. Cuesta millones financiar la investigación y los ensayos clínicos necesarios para producir un nuevo medicamento patentable y comerciable contra el cáncer. A menudo, estos medicamentos crean más enfermedades.
 
Según el Dr. John Diamond, MD, “Un estudio de más de 10.000 pacientes muestra claramente que la quimioterapia con la enfermedad de Hodgkin (linfoma) es en realidad una mentira. Los pacientes que se sometieron a quimioterapia eran 14 veces más propensos a desarrollar leucemia y tenían 6 veces más probabilidades de desarrollar cáncer de huesos, en las articulaciones y en los tejidos blandos que los pacientes que no se sometieron a la quimioterapia”
 
El Dr. Allen Levin dijo: “La mayoría de los pacientes de cáncer en este país (EE.UU.) muere de la quimioterapia. La quimioterapia no elimina los cánceres de mama, colon o pulmón. Este hecho ha sido documentado durante más de una década, sin embargo, los médicos todavía utilizan la quimioterapia para estos tumores”
 
Fuente de la noticia: