sábado, 31 de março de 2012

Hildegard no Clube Militar: “Ele matou meu pai !”



Extraído do Viomundo, do Azenha: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/hildegard-angel-os-nossos-quixotinhos-destemidos-e-desaforados-diante-do-clube-militar.html

 

Hildegard Angel: Nossos quixotinhos destemidos e desaforados diante do Clube Militar


do Blog de Hildegard Angel, no R7


Foi um acaso. Eu passava hoje pela Rio Branco, prestes a pegar o Aterro, quando ouvi gritos e vi uma aglomeração do lado esquerdo da avenida. Pedi ao motorista para diminuir a marcha e percebi que eram os jovens estudantes caras-pintadas manifestando-se diante do Clube Militar, onde acontecia a anunciada reunião dos militares de pijama celebrando o “31 de Março” e contra a Comissão da Verdade.


Só vi jovens, meninos e meninas, empunhando cartazes em preto e branco, alguns deles com fotos de meu irmão e de minha cunhada. Pedi ao motorista para parar o carro e desci. Eu vinha de um almoço no Clube de Engenharia. Para isso, fui pela manhã ao cabeleireiro, arrumei-me,  coloquei joias, um vestido elegante, uma bolsa combinando com o rosa da estampa, sapatos prateados. Estava o que se espera de uma colunista social.


A situação era tensa. As crianças, emboladas, berrando palavras de ordem e bordões contra a ditadura e a favor da Comissão da Verdade. Frases como “Cadeia Já, Cadeia Já, a quem torturou na ditadura militar”. Faces jovens, muito jovens, imberbes até. Nomes de desaparecidos pintados em alguns rostos e até nas roupas. E eles num entusiasmo, num ímpeto, num sentimento. Como aquilo me tocou!


Manifestantes mais velhos com eles, eram poucos. Umas senhoras de bermudas, corajosas militantes. Alguns senhores de manga de camisa. Mas a grande maioria, a entusiasmada maioria, a massa humana, era a garotada. Que belo!


Eram nossos jovens patriotas clamando pela abertura dos arquivos militares, exigindo com seu jeito sem modos, sem luvas de pelica nem punhos de renda e sem vosmecê, que o Brasil tenha a dignidade de dar às famílias dos torturados e mortos ao menos a satisfação de saberem como, de que forma, onde e por quem foram trucidados, torturados e mortos seus entes amados. Pelo menos isso. Não é pedir muito, será que é?


Quando vemos, hoje, crianças brasileiras que somem, se evaporam e jamais são recuperadas, crianças que inspiram folhetins e novelas, como a que esta semana entrou no ar, vendidas num lixão e escravizadas, nós sabemos que elas jamais serão encontradas, pois nunca serão procuradas. Pois o jogo é esse. É esta a nossa tradição. Semente plantada lá atrás, desde 1964 – e ainda há quem queira comemorar a data! A semente da impunidade, do esquecimento, do pouco caso com a vida humana neste país.


E nossos quixotinhos destemidos e desaforados ali diante do prédio do Clube Militar.  ”Assassino!”, “assassino!”, “torturador!”, gritava o garotinho louro de cabelos longos anelados e óculos de aro redondo, a quem eu dava uns 16 anos, seguido pela menina de cabelos castanhos e diadema, e mais outra e mais outro, num coro que logo virava um estrondo de vozes, um trovão. Era mais um militar de cabeça branca e terno ajustado na silhueta, magra sempre, que tentava abrir passagem naquele corredor humano enfurecido e era recebido com gritos e desacatos. Uma recepção com raiva, rancor, fúria, ressentimento. Até cuspe eu vi, no ombro de um terno príncipe de Gales.


Magros, ainda bem, esses velhos militares, pois cabiam todos no abraço daqueles PMs reforçados e vestidos com colete à prova de balas, que lhes cingiam as pernas com os braços, forçando a passagem. E assim eles conseguiram entrar, hoje, um por um, para a reunião em seu Clube Militar: carregados no colo dos PMs.


Os cartazes com os rostos eram sacudidos. À menção de cada nome de desaparecido ao alto-falante, a multidão berrava: “Presente!”. Havia tinta vermelha cobrindo todo o piso de pedras portuguesas diante da portaria do edifício. O sangue dos mortos ali lembrados. Tremulavam bandeiras de partidos políticos e de não sei o quê mais, porém isso não me importava. Eu estava muito emocionada. Fiquei à parte da multidão.


Recuada, num degrau de uma loja de câmbio ao lado da portaria do prédio. A polícia e os seguranças do Clube evacuaram o local, retiraram todo mundo. Fotógrafos e cinegrafistas foram mandados para a entrada do “corredor”,  manifestantes para o lado de lá do cordão de isolamento. E ninguém me via. Parecia que eu era invisível. Fiquei ali, absolutamente sozinha,  testemunhando  tudo  aquilo, bem uns 20 minutos, com eles passando pra lá e pra cá, carregando os generais, empurrando a aglomeração, sem perceberem a minha presença. Mistério.


Até que fui denunciada pelas lágrimas. Uma senhora me reconheceu, jogou um beijo. E mais outra. Pessoas sorriram para mim com simpatia. Percebi que eu representava ali as famílias daqueles mortos e estava sendo reverenciada por causa deles. Emocionei-me ainda mais. Então e enfim os PMs me viram.


Eu, que estava todo o tempo praticamente colada neles! Um me perguntou se não era melhor eu sair dali, pois era perigoso. Insisti em ficar, mesmo com perigo e tudo. E ele, gentil, quando viu que não conseguiria me demover: “A senhora quer um copo d’água?”. Na mesma hora o copo d’água veio. O segurança do Clube ofereceu: “A senhora não prefere ficar na portaria, lá dentro? “. “Ah, não, meu senhor. Lá dentro não. Prefiro a calçada”. E nela fiquei, sobre o degrau recuado, ora assistente, ora manifestante fazendo coro, cumprindo meu papel de testemunha, de participante e de Angel. Vendo nossos quixotinhos empunharem, como lanças, apenas a sua voz, contra as pás lancinantes dos moinhos do passado, que cortaram as carnes de uma geração de idealistas.



A manifestação havia sido anunciada. Porém, eu estava nela por acaso. Um feliz e divino acaso. E aonde estavam naquela hora os remanescentes daquela luta de antigamente? Aqueles que sobreviveram àquelas fotos ampliadas em PB? Em seus gabinetes? Em seus aviões? Em suas comissões e congressos e redações?  Será esta a lição que nos impõe a História: delegar sempre a realização dos “sonhos impossíveis” ao destemor idealista dos mais jovens?

 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Meu grande ídolo está de volta," Mr president" Lula




Não é fácil ser compreendido quando agimos com o coração e com boas intenções nas atitudes tomadas como governante, seja de um país, ou de um estado. O presidente Lula surge com o propósito de fazer o bem ao povo brasileiro e cumpriu com sua palavra, por essa razão, se tornou um líder político no Brasil.

Sua história de vida é marcada por sofrimentos, grandes perdas, humilhações, incompreensões e preconceito, talvez seja por todo esse peso, que ele ame o próximo como ele mesmo”. E Lula assim agiu e age desta forma.

Não vou dizer  sobre os grandes feitos realizados pelo governo do presidente Lula, afinal, esse é um momento para expressar meu carinho e admiração.

Muita saúde, alegria e força presidente Lula.
Parabéns por vencer mais essa luta.
Que Deus te proteja sempre, querido presidente.



quarta-feira, 21 de março de 2012

'Industria está sendo depenada', afirma Delfim

WLADIMIR DANDRADE - O Estado de S. Paulo

O ex-ministro Delfim Netto alertou ontem que o Brasil corre o risco de reduzir o tamanho do seu parque industrial por falta de capacidade de competir com os produtos industrializados importados.

“A indústria de transformação brasileira só cresceu 0,1% porque os empresários não compareceram ao trabalho”, afirmou o ex-ministro, ironicamente, para depois completar: “A indústria de transformação do Brasil está sendo depenada”.

As declarações do ex-ministro foram feitas após debate sobre possíveis mudanças na remuneração da caderneta de poupança, promovido ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomércioSP).

Em sua palestra, Delfim Netto disse que o parque industrial brasileiro precisa ganhar competitividade a partir de reformas estruturais. A discussão, segundo ele, não se limita a discutir a redução da taxa de juros.

Um dos fatores importantes, segundo ele, é a alta carga tributária. O ex-ministro, no entanto, se mostrou cético quanto à redução expressiva dos impostos. “É um sonho da gente achar que o Brasil vai baixar sua carga tributária”, afirmou.

“A Constituição do Brasil tem um objetivo quase utópico: saúde e educação universais e gratuitas. Isso significa dar igualdade e oportunidade a todo cidadão e isso exige impostos mais altos.” A solução, disse Delfim, está no aumento da eficiência nos gastos públicos.

Poupança. O ex-ministro Delfim Netto defendeu a necessidade de mudança no rendimento das cadernetas de poupança para melhorar o ambiente econômico do País e permitir a continuidade da queda das taxas de juros. “A remuneração da poupança estipula um piso para a taxa básica de juros”, disse.

Para o economista, não mexer na poupança significa impor uma barreira ao avanço do País. “Não se trata apenas de redução da poupança, mas sim de um programa de política monetária, fiscal e cambial para reduzir as taxas de juros no Brasil”, afirmou Delfim.

Para ele, o desafio é convencer a sociedade de que a mudança na rentabilidade da caderneta de poupança é importante para a população. Para isso, disse ele, é necessário um mínimo de educação financeira. “A questão da poupança se tornou algo extremamente difícil de se por a mão”, afirmou, em referência ao custo político que envolve a questão.

Na prática, a redução da taxa básica de juros (Selic), fixada em 9,75% desde 7 de março, deve levar os fundos de investimento a reduzir suas taxas de administração para se ajustar à nova realidade de rendimentos mais baixos do que a poupança.

“A preocupação explícita pela redução do rendimento da poupança é dos fundos de investimento e de pensão”, disse. Para ele, a queda do juro não terá impacto significativo sobre o financiamento da dívida pública. Mesmo com rentabilidade menor dos títulos do Tesouro Nacional em relação à poupança, a dívida pública seguirá sendo o investimento de maior segurança.


Blog do Favre

Fonte: http://blogdofavre.ig.com.br/2012/03/industria-esta-sendo-depenada-afirma-delfim/

terça-feira, 20 de março de 2012

Governo Dilma, educação é questão de estado, diz Mercadante

Aloizio Mercadante: “O Enem é necessário a um sistema republicano e democrático de meritocracia do estudante”


Por Rosângela Bittar e João Villaverde- VALOR


De Brasília

Nesta semana o ministro Aloizio Mercadante completa dois meses à frente do MEC. Mas já tem não só uma visão global dos desafios que precisará enfrentar, dos equívocos administrativos que urge remodelar, das correções de rumo em programas que têm sérios problemas de execução, como já visitou, por todo o Brasil, obras e realizações da sua área.

O projeto do governo Dilma supõe a educação como uma questão de Estado, à qual serão dados instrumentos e condições para promover o crescimento do país, é como define o ministro.
Nele, destacam-se programas como o Ciência Sem Fronteiras, de bolsas para estudantes brasileiros em instituições estrangeiras, que está sendo agora ampliado.

São também instrumentos de qualificação iniciativas como o aperfeiçoamento do exame de avaliação Enem e a fixação do piso salarial do magistério.

Sobre o piso, apesar dos protestos de governadores e prefeitos que acreditam não ter como pagar o piso de R$ 1.451 sem ultrapassar o limite de gastos com pessoal da lei de responsabilidade fiscal, o ministro diz que o professor não pode ser punido pela falta de reformas da previdência nos Estados, e que o piso tem que continuar crescendo. Estuda uma política de reajuste automático, em conjunto com uma comissão do Congresso.

“Custa caro o piso? Custa, mas a ignorância custa mais”, afirmou Mercadante nesta entrevista, na quinta-feira, em seu gabinete. O ministro fará apenas correções no Enem, não mudanças radicais, e o exame continuará sendo nacional e não regional como querem alguns especialistas: “O sarrafo republicano tem que ser igual para todos.”

Mercadante defende, como absolutamente adequado a esse projeto, que os recursos do pré-sal sejam para a educação. “Ou vamos aplicar esses recursos na estratégia, ou dispersar isso na máquina pública e nos acomodar nesse parasitismo. Nosso projeto é que a educação passe a ser central.”

E diante de todo um histórico de manipulação político-partidária desse assunto, faz uma declaração veemente: “O MEC tem que ser despartidarizado, tem que ser política de Estado. Enquanto eu estiver ministro não estarei envolvido em nenhum debate político, partidário e ideológico.”

Valor: Há 4 milhões de crianças fora da escola, o ensino tem baixa qualidade em todos os níveis e o Brasil está no piso do ranking mundial nessa área. Qual política será capaz de aproximar a educação do projeto de crescimento do país?

“Enquanto for ministro não estarei envolvido em nenhum debate político, partidário e ideológico”

Mercadante: Não basta ser um país rico, ou mesmo rico sem pobreza. O país não pode se acomodar em ser grande exportador de commodities. O Brasil precisa se preparar para a economia do conhecimento, e não seremos competitivos sem inovação, ciência e tecnologia.

O Brasil, especialmente com o pré-sal, pode dar o salto estratégico nesse sentido. Ou simplesmente se acomodar com a doença holandesa e agravar as deficiências históricas. Ou vamos aplicar esses recursos na estratégia, ou dispersar isso na máquina pública e nos acomodar nesse parasitismo.

Nosso projeto é que a educação passe a ser central. Pela primeira vez o tema da ciência, da tecnologia, da inovação, está no Plano Plurianual.

Valor: A disputa político-partidária polarizada não é destrutiva para instrumentos fundamentais do desenvolvimento, como a política de educação?

Mercadante: O Ministério da Educação é de política de Estado. O governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, trouxe muitos avanços. A universalização do ensino básico, o Fundef (fundo de valorização do magistério) para financiamento, os mecanismos de avaliação do ensino, que depois o Lula transformou no Fundeb, ao incluir o ensino pré-escolar e médio. Além disso, expandiu a rede universitária, fez um grande programa, o Bolsa Família, com exigência de manter crianças na escola, expandiu os institutos federais de ensino técnico. O MEC tem que ser despartidarizado, com relações republicanas, com metas comuns, e com complementariedade com Estados e municípios. A concorrência entre os entes federativos é muito mais uma disputa política eleitoral do que qualquer outra questão racional. Enquanto eu estiver ministro não estarei envolvido em nenhum debate político, partidário e ideológico.

Valor: A expansão do ensino superior no governo Lula parece não ter ocorrido como era a intenção e o crescimento se deu mais na rede privada. As universidades novas têm campus inacabados, abandonados, os alunos não se interessam muito. Estariam assim no interior de Pernambuco, do Ceará, de São Paulo…

Mercadante: Não é verdade. No mundo inteiro o ensino privado é predominante. Demos um salto extraordinário no ensino superior, não só de inserção no ensino privado, através do ProUni e do financiamento subsidiado do Fies. A rede pública universitária melhorou a relação professor-aluno e houve uma desconcentração. O Nordeste tem 27% da população brasileira, mas até alguns anos atrás apenas 1,9% dos nordestinos eram estudantes no ensino superior, percentual que conseguimos elevar para quase 10%. O Proinfra, que é uma parceria entre a Finep e a Capes, faz grandes investimentos nessa expansão. Essa política deu certo. O vestibular da Universidade do ABC é um dos mais concorridos, e como tem foco em engenharia, os alunos chegam com problemas em matemática, em física, há dificuldades de acompanhamento.

” O programa Ciência Sem Fronteira vai incluir parcerias com Japão, Coreia do Sul, Suécia e Holanda”

Valor: A baixa oferta de engenheiros não é prejudicial ao projeto de crescimento?

Mercadante: Há um problema geral na engenharia que acaba atingindo também matemática e física. No Brasil formamos apenas seis engenheiros para cada mil habitantes, enquanto no Japão são 40. Temos um programa de estímulo à universidade. Temos também déficit de cursos de medicina. Nossa oferta de médicos e engenheiros é muito aquém do necessário. Enquanto isso há oferta muito grande na área de direito, administração, enfermagem e pedagogia, que são 41% das inscrições nas universidades. O foco do programa Ciência Sem Fronteiras é justamente nesses grandes desafios para o desenvolvimento do Brasil: áreas tecnológicas, ciências médicas, física, química e matemática.

Valor: Há planos de ampliação do Sem Fronteiras, programa que inova a política educacional no governo Dilma?

Mercadante: Fechamos na semana passada 20 mil novas bolsas para estudantes brasileiros irem a universidades nos Estados Unidos. Tivemos já dois editais pelo Ciência Sem Fronteira, e no segundo foram mais de 20 milhões de acessos ao portal. O critério de acesso é ter no mínimo 600 pontos no Enem. Ao todo, já temos 546 bolsas para doutorado de quatro anos, 922 bolsas de doutorado de um ano, 629 bolsas de pós-doutorado e 5.783 bolsas para graduação de um ano, porque não queremos graduação plena, queremos que esse estudante volte depois de um ano. Hoje o programa abarca intercâmbios acadêmicos para EUA, Alemanha, França, Reino Unido e Itália. O terceiro edital sairá ainda neste mês e vai incluir parcerias com universidades do Japão, Coreia do Sul, Suécia e Holanda.

Valor: A valorização da carreira e a remuneração digna dos professores, em todos os níveis, especialmente o básico, sempre foram considerados requisitos para uma educação de qualidade. Os governadores, inclusive do PT, reagem à política do piso salarial. Dizem que ou pagam o piso, ou cumprem a Lei de Responsabilidade Fiscal que tem um teto para gasto com pessoal. Como vencer o impasse?

Mercadante: O piso nacional dos professores é essencial para que tenhamos uma educação de qualidade no médio prazo. Se quisermos bons profissionais no setor então precisamos ser competitivos do ponto de vista salarial. Nós precisamos e vamos fazer o piso continuar crescendo em termos reais nos próximos anos. Mas é evidente que um reajuste como o deste ano, de 22,2%, é muito forte, não podemos dizer que não é. É um reajuste do Congresso, eu apenas cumpri a lei que o Congresso aprovou. Mas era fundamental que nesses dois, três primeiros anos déssemos um empurrão no piso para começar a estabilizar a carreira.

Valor: Vai continuar crescendo?

Mercadante: Mesmo com esse reajuste, o piso, de R$ 1.451, é pouco mais de dois salários mínimos, ainda é pouco. O Congresso está criando uma comissão para pensar uma regra de reajuste para o futuro, de forma a atrair os melhores profissionais, porque precisamos fazer o piso continuar crescendo em termos reais.

Valor: Com uma política de reajuste automático como a do salário mínimo?

Mercadante: É, o salário mínimo, por muito tempo, tinha muita tensão, precisava um reajuste forte e o governo segurava. Com o mecanismo PIB mais inflação, esse ano injetamos R$ 27 bilhões a mais na economia devido ao novo salário mínimo. Mas tem havido um crescimento sustentado do salário mínimo, que melhorou a distribuição de renda, os índices de desigualdade social, e diziam que a economia não ia absorver, e a economia absorveu. Custa caro o piso do professor? Custa. Mas a ignorância custa muito mais.

Valor: E a alegação de que se o governador pagar o piso rompe o limite do gasto com pessoal, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal?

Mercadante: Tem que analisar situações específicas. Em alguns Estados, mais da metade da folha de pagamentos é de aposentados e pensionistas. Então o problema não é o piso dos professores, mas a equação geral da remuneração e a relação entre aposentados e pensionistas. Ou seja, de reformas que não estão sendo feitas.

Valor: Como enfrentar esses desafios com os recursos orçamentários que a educação tem hoje?

Mercadante: A minha prioridade são os royalties do pré-sal. Em vez de pulverizar os recursos na máquina pública, vamos vincular prefeituras, Estados e União para impulsionar a educação.

Valor: A indústria registra altas taxas de rotatividade, fala-se em importação de mão de obra, e se defende criticando a baixa qualificação dos trabalhadores, o que amplia os custos de produção. Como o seu projeto no MEC pode participar da solução?

Mercadante: Temos 1,9 milhão de trabalhadores com carteira assinada na indústria de transformação que são analfabetos funcionais. Estamos fazendo um esforço enorme com o Pronatec, por meio da ampliação de bolsas para Sesi, Senai e redes federais. Além disso, o Fies também pode ser acessado pelas empresas. Ou seja, a companhia financia o estudo e o aprimoramento de seu trabalhador a custo subsidiado pelo Estado. Estamos dando instrumento novo para as empresas, que antes reclamavam que o custo para a bolsa de estudos do trabalhador era coberto com capital de giro. Mas é verdade que indústria tem problemas, ainda que as condições tenham melhorado muito com o dólar a R$ 1,80, com juros de um dígito, e vão melhorar mais com o grande esforço do governo para elevar a infraestrutura do país, com o PAC, além do mercado interno forte, que funciona como âncora.

Valor: Não há uma contradição entre a necessidade de formar mão de obra e o descredenciamento de instituições de excelência que faziam esse trabalho, como a fundação Dom Cabral e o Hospital Sírio-Libanês?

Mercadante: Para oferecer cursos de pós-graduação é preciso ser uma instituição educacional, que passa pela fiscalização e supervisão de educadores e técnicos. O critério foi esse. Mas queremos que haja a constituição de cursos, de instituições de ensino dentro de centros de excelência, claro. Estamos brigando para que hospitais de primeira linha como o Sírio-Libanês, Einstein, e outros, abram seus cursos de medicina, estamos com déficit de médicos.

Valor: O Exame de Ensino Médio (Enem), mecanismo de avaliação importante da política educacional, teve problemas na sua execução nos últimos três anos. Desde administrativos e policiais até de conteúdo e estratégia de aplicação da prova. Que solução o sr. dará a isso?

Mercadante: O Enem é estratégico. Os EUA têm um exame similar há 85 anos. Outros países como Alemanha, Itália, Inglaterra e China também têm. Na China já teve problema, inclusive com a prisão de 65 pessoas. Nos EUA deu problema no ano passado. A primeira dificuldade que temos no Brasil é logística, uma vez que falamos de 5,4 milhões de estudantes que precisam estar no mesmo horário com a prova em mãos. Temos de percorrer 309 mil km, 9,7 mil rotas, levando quase uma tonelada de papel, 71 batalhões do Exército, mais PM e Exército, para garantir o sucesso do Enem. O Senado fez prova de concurso nesta semana com instituição de excelência, com 10 mil provas, e mesmo assim, devido a problemas de logística, algumas provas atrasaram para chegar nos lugares certos. No último Enem não tivemos nenhum problema logístico. Estamos construindo uma experiência, já que o Enem é muito novo, e estamos desenvolvendo um método.

Valor: E o conteúdo da prova?

Mercadante: Tem que ser nacional, o sarrafo republicano tem que ser igual a todos. Como escolho aluno para o Ciência Sem Fronteiras? Pelo Enem. Como escolho os alunos para o ProUni? Pelo Enem. Como escolho os melhores para as melhores universidades? Pelo Enem. Com o Enem a chance passou a ser igual, do filho do reitor ao filho da faxineira. O Enem é necessário a um sistema republicano e democrático de meritocracia do estudante. Estamos tomando medidas para aperfeiçoar o exame.

Valor: Quais medidas estão encaminhadas?

Mercadante: Até agora são dois examinadores para cada redação, e se a nota entre eles registrar uma diferença de 300 pontos, a redação é encaminhada a um terceiro examinador. Estamos concluindo a revisão desse processo, mas devemos alterar para um modelo que reduz a diferença a 200 pontos. Se a diferença de nota entre dois avaliadores for superior a 200 pontos, a redação vai a uma banca de três examinadores. O Inep, que executa a prova, tem novo presidente, vamos fortalecer o Inep. Mas nada disso altera o Enem para os estudantes.

Valor: O ensino médio, sempre esquecido, entra de que forma no novo projeto?

Mercadante: O ensino médio é um setor nevrálgico. Temos hoje 83% estudantes matriculados, mas apenas metade (50,9%) estão na idade certa para a série em que estão. Além disso, temos uma evasão muito alta, de 10%, que se explica pelo mercado de trabalho aquecido, o que atrai esses jovens para o trabalho e não para a escola. Por fim os professores e as escolas não estão conseguindo atrair o jovem no ensino médio. Queremos incluir 2 mil escolas, neste ano, no ensino médio profissionalizante, expandindo o Pronatec. A segunda iniciativa é o tablet para o professor. O professor ainda é um imigrante digital, enquanto o aluno é um nativo digital. O quadro negro é do século XVIII. E o Brasil é o terceiro país onde mais se vende computador no mundo.

Valor: Entre seus novos projetos para o ensino médio e básico há uma reviravolta na educação no campo, certo?

Mercadante: Vamos lançar ainda neste mês o programa Pronacampo, que é fundamental para resolver uma dívida histórica do país. Só 18,4% dos alunos no campo estão na escola. Vamos levar carretas às escolas, com óculos e exames. O equivalente a 11 mil escolas, ou 15% do total, não têm luz, 10,4% não têm água, 14% não têm esgoto, 94% não têm banda larga, e 90% não têm internet. Primeira providência: todo o material didático será do universo rural, queremos criar uma bibliografia que estimule a permanência no campo. Outro problema é o transporte. A partir deste ano vamos distribuir 8 mil ônibus para facilitar o transporte de alunos e criar escolas com alojamento para professores e alunos. Fizemos uma parceria com a Embrapa para saber qual é o tipo de estrutura em cada região para desenhar o ensino profissionalizante. Temos que estudar as cadeias produtivas para isso.

Valor: No ensino básico ainda há analfabetos e milhões fora da escola. Como resolver?

Mercadante: Vamos tornar menos desigual o ensino na faixa de alfabetização, isto é, das crianças de seis a oito anos. No Paraná apenas 4,9% das crianças não se alfabetizaram quando completam oito ano, enquanto que em Alagoas são 35%. No Nordeste e Norte em geral são acima de 20%. Se não alfabetizarmos na idade certa, a evasão no ensino médio está colocada. Vamos fazer duas avaliações: uma aos sete anos, de forma a ter ainda um ano para corrigir se for preciso, e outra aos oito anos.

Fonte : Blog do Favre

Link: http://blogdofavre.ig.com.br/2012/03/no-governo-dilma-educacao-e-questao-de-estado-diz-mercadante/

quarta-feira, 14 de março de 2012

Obama adverte que sanções contra o Irã aumentarão neste verão


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta- feira que embora " fará o melhor", para usar os canais diplomáticos para o diálogo com o Irã sobre seu programa nuclear pacífico, essa mediação está encolhendo.

Barack Obama, advertiu nesta quarta- feira que as sanções contra o Irã por seu programa nuclear pacífico "serão maiores este verão" e terão um efeito sobre a economia iraniana. Afirmou que a mediação diplomatica está se está reduzindo.

Temos aplicado sanções grandes sobre o Irã e temos movido a comunidade internacional para isto. Essas sanções serão maiores este verão. Eles seguem violando a normativa internacional", declarou Obama direto da Casa Branca ( sede do governo estadunidense) durante uma roda de imprensa com o primeiro ministro britânico, David Cameron.

Obama disse que " enviou uma mensagem clara ao Irã" no sentido de que existe uma oportunidade para negociar e assim evitar maiores consequencias no futuro.

No passado existiu por parte do Irã uma tendência de atrasar, de falar muito sem fazer nada eficiente, no entanto a comunidade internacional tem aplicado inumeras sanções para persuadir o governo iraniano a mudar sua ótica sobre este assunto.

"Estou decidido a conter o Irã para que não tenha armas nucleares". "Estou disposto a fazer o possível para que isso não ocorra", assegurou o chefe de Estado dos Estados Unidos.

Segundo Barack Obama, o desenvolvimento  nuclear iraniano pacífico e civil é um tema que tem que ver com toda a comunidade internacional, pois faremos o possível para utilizar as vias diplomáticas. É preciso olhar para este assunto com seriedade.

Tanto os Estados Unidos como seu aliado Israel tem acusado a  República Islámica de utilizar o programa nuclear para "desenvolver armas atómicas".

Estados Unidos tem armas nucleares e tem sido o único país que utilizou este tipo de procedimento, arrasando as ciudades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, no final da Segunda Guerra Mundial. Os Governos dos Estados Unidos se negam a firmar algum protocolo de desarme das armas nucleares.

O governo iraniano tem sido alvo de acusações por parte de potências ocidentais que questionam a finalidade de seu programa nuclear apesar de que o presidente Mahmud Ahmadinejad tem declarado em reiteradas ocasiões que a produção nuclear tem fins científicos e pacíficos.

Por baixo dos olhos dos Estados Unidos e Israel, o mandatário iraniano continua com o desenvolvimento de seu programa nuclear, mesmo diante das sanções impostas pela União Européia (UE) entre outros organismos internacionais.

Irã tem mantido uma cooperação ativa com a Agência Internacional de Energia Atômica ( AIEA) que tem permido supervisões permanentes.

Tradução: Paulo Carboni
Fonte: http://www.telesurtv.net/articulos/obama-afirma-que-sanciones-contra-iran-aumentaran-este-verano



segunda-feira, 12 de março de 2012

De favorito a orfão, Haddad sem rumo

A única boa notícia das últimas semanas para o ex-ministro Fernando Haddad foi dada pelos médicos de Lula neste domingo, quando o ex-presidente voltou para casa, depois de passar uma semana cuidando de uma pneumonia no Hospital Sírio-Libanês.

O quadro da eleição paulistana sofreu uma reviravolta no período em que Lula se submeteu ao tratamento de radioterapia para combater o câncer na laringe, sem poder se dedicar à campanha do seu candidato como gostaria.

Chegando a ser apontado como favorito no começo do ano, graças ao apoio de Lula e Dilma, e pela falta de candidatos viáveis nos principais partidos, especialmente no PSDB, de uma hora para outra Fernando Haddad se viu orfão, e sua campanha totalmente sem rumo, sem sair do lugar, encalhada em último lugar, com 3% nas pesquisas.

Para completar, o PT paulistano, dedicado a disputas internas pelos postos de comando, não consegue montar uma estrutura mínima para o candidato, ficando à espera da recuperação de Lula para resolver os impasses entre as diferentes correntes.

O fato é que o nome de Fernando Haddad até agora não conseguiu conquistar e empolgar adeptos nem mesmo dentro do seu próprio partido. Nas fotografias das suas andanças pela cidade, o candidato aparece quase sempre sozinho, meio perdido na multidão.

Enquanto isso, a entrada em cena de José Serra como pré-candidato do PSDB, com a imediata adesão da grande mídia e do PSD do prefeito Gilberto Kassab, virou o jogo de alianças a favor dos tucanos. Haddad não conseguiu até agora sequer o apoio dos tradicionais aliados PC do B, PDT e PSB, que ameaçam desembarcar do barco petista nestas eleições.

Com as máquinas administrativas nas mãos e o controle dos respectivos legislativos, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab jogam tudo agora para deixar o PT e seu candidato isolado na campanha paulistana.

Os problemas do governo federal com sua base aliada em Brasília acabam se refletindo também na campanha paulistana. Depois de perder o Ministério do Trabalho, em dezembro, o PDT ganhou na semana passada a secretaria estadual de Trabalho e Emprego, em São Paulo.

E tudo conspira a favor de Serra no momento, até mesmo as prévias do PSDB marcadas para o próximo dia 25, a princípio um estorvo no caminho do candidato que acabou se revelando um fator positivo para a mobilização do partido.

Por módicos R$ 250 mil, o preço da montagem das prévias, Serra ganhou espaço no noticiário e foi obrigado a retomar contatos com dirigentes e militantes do partido dos quais andava afastado desde a sua última derrota, em 2010.

Como a campanha na televisão só começa em agosto, o tempo agora corre contra Fernando Haddad, um candidato ainda desconhecido por mais de metade da população, que não pode contar com a presença física de seu principal cabo eleitoral.

Até aqui, o candidato petista se limita a dar algumas estocadas em José Serra, lembrando a sua falta de palavra e o hábito de não concluir mandatos, além de fazer críticas à administração de Gilberto Kassab, até outro dia um possível aliado do PT.

É muito pouco para quem terá de enfrentar, logo na sua primeira disputa eleitoral, um esquema de poder montado há mais de duas décadas pelos tucanos em São Paulo.

A exemplo dos seus adversários, o candidato petista não apresentou até o momento sequer o esboço dos seus planos para a cidade, alguma ideia nova que possa motivar o eleitorado.

Nos pouco mais de seis meses que faltam para a abertura das urnas, tudo poderá mudar novamente, é claro, mas a esta altura do campeonato o quadro da candidatura de Haddad é tão delicado que o principal desafio do PT é assegurar, pelo menos, a sua presença num possível segundo turno.


Fonte: http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2012/03/12/de-favorito-a-orfao-haddad-sem-rumo/

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ecad não pode cobrar por vídeos em blog, diz Google

O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) não tem direito de cobrar por vídeos inseridos em blogs. É o que diz o Google, em nota divulgada no blog do YouTube.

Em 2010, o Google (dono do portal de vídeos desde 2006) começou a pagar pela execução musical, após fechar acordo com Ecad.

Ecad é alvo de críticas ao cobrar taxa por vídeos em blog

Mas a empresa manifestou "surpresa e apreensão" na "cobrança direta a usuários", segundo nota publicada nesta sexta (9), com assinatura de Marcel Leonardi, diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil.

"Em nossas negociações com o Ecad, tomamos um enorme cuidado para assegurar que nossos usuários poderiam inserir vídeos em seus sites sem interferência ou intimidação por parte do Ecad."
Responsável por cobrar pelas execuções públicas das músicas, o órgão esteve sob forte bombardeio nesta semana, quando veio à tona um comunicado enviado ao blog Caligrafitti --espécie de "fatura" (R$ 352,59 por mês) pelos direitos autorais de vídeos incorporados ao site de arte, design gráfico e fotografia.

Na internet, criou-se o site "Porra, Ecad", para protestar contra supostos abusos da entidade.
Vários usuários do Twitter também se manifestaram, quase sempre de forma zombeteira. A comediante Carol Zoccoli (@carolzoccoli), por exemplo, inventou uma falsa notícia para ironizar a situação: "Ecad vai cobrar de restaurantes os estômagos que estiverem roncando. Alegam que é uso indevido da voz de Elza Soares".

A entidade rebate que "nunca teve a intenção de cercear a liberdade na internet" e "não possui estratégia de cobrança de direitos autorais voltada a vídeos embedados".
O episódio do blog Caligrafitti seria "um fato isolado", decorrente de "erro de interpretação operacional".

O Ecad afirma que "desde 29 de fevereiro, as cobranças de webcasting estavam sendo reavaliadas e que o caso noticiado nos últimos dias ocorreu antes disso".

SEM RESPALDO LEGAL

A entidade não teria respaldo legal para cobrar por vídeos inseridos em sites de terceiros, diz o Google.

"Na prática, esses sites não hospedam nem transmitem qualquer conteúdo quando associam um vídeo do YouTube em seu site. [...] Como esses sites não estão executando nenhuma música, o Ecad não pode, dentro da lei, coletar qualquer pagamento sobre eles."

O Ecad diz que, por ora, não vai se manifestar sobre o assunto.

O Google também põe em xeque o que o órgão entende por "execução pública na internet". "Tratar qualquer disponibilidade ou referência a conteúdos on-line como uma execução pública é uma interpretação equivocada da Lei Brasileira de Direitos Autorais."

Na teoria, a atual legislação proíbe passar músicas do CD para o iPod ou fazer um podcast.
O governo elabora um polêmico projeto de lei para substituir esse texto.



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1059845-ecad-nao-pode-cobrar-por-videos-em-blog-diz-google.shtml

quinta-feira, 8 de março de 2012

A Cooperação Islâmica e o debate da liberdade sexual

Por diogojfaraujo
Da Folha.com
Países islâmicos abandonam debate na ONU sobre liberdade sexual

DA EFE, EM GENEBRA

Os países da OIC (Organização da Cooperação Islâmica) abandonaram nesta quarta-feira a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU em protesto contra a realização de uma sessão especial sobre os direitos de homossexuais e transexuais.

O painel versava sobre práticas discriminatórias baseadas na orientação sexual e na identidade de gênero, e assim ocorreu, mas com a ausência da maioria dos países de fé muçulmana, que rejeitaram a discussão ao "não reconhecer" esses conceitos.

p>Os delegados da OIC se levantaram de seus assentos quando a sessão foi aberta pela presidente do Conselho, a embaixadora uruguaia Laura Dupuy. Alguns abandonaram a sala e outros se sentaram nas cadeiras destinadas aos assessores para expressar sua rejeição ao debate.


Apesar do protesto, a delegação do Paquistão discursou em nome dos membros da OIC, a da Mauritânia pelo grupo árabe e a do Senegal pelo grupo africano.

Os pronunciamentos buscavam afirmar que a orientação sexual e a identidade de gênero são conceitos novos que não têm fundamento legal em nenhum instrumento internacional de direitos humanos, "por isso não deveriam ser aceitos como direitos humanos universalmente reconhecidos".

VALORES OCIDENTAIS

Esses países consideram que não existe uma relação direta entre direitos humanos e liberdade sexual, e acusaram o Ocidente de tentar impor suas próprias concepções ao resto do mundo.

"O comportamento escandaloso promovido sob o conceito de orientação sexual contraria as doutrinas fundamentais de várias religiões, incluindo o islã", afirmou Muhammad Saeed Sarwar, segundo secretário da missão do Paquistão na ONU.

"A partir desta perspectiva, a legitimação da homossexualidade e outras condutas sexuais pessoais em nome da orientação sexual é inaceitável para a Conferência Islâmica", acrescentou.

A postura da OIC se mostra radicalmente oposta à defendida pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que, em vídeo transmitido durante a sessão, apoiou incondicionalmente as pessoas de todas as tendências sexuais e identidades de gênero.

"A todos aqueles que são lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais, permitam-me dizer que vocês não estão sós. Sua luta contra a violência e a discriminação é uma luta conjunta. Qualquer ataque sobre vocês é um ataque sobre os valores universais", disse o secretário-geral da ONU.

VIOLÊNCIA AOS GAYS

Já a alta comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, buscou descrever as atrocidades cometidas contra homossexuais. "Temos relatórios sobre homens gays atacados por agressores que gritavam insultos homofóbicos e sobre outros mortos na rua, lésbicas submetidas a estupros coletivos, às vezes descritos como 'estupros corretivos'".

"Pessoas transexuais agredidas sexualmente e apedrejadas até a morte, com os corpos tão desfigurados que era quase impossível reconhecê-las. E também temos informação sobre o abuso cometido em celas de delegacias e prisões", prosseguiu Pillay.

A comissária lembrou que pelo menos 76 países possuem leis que criminalizam a homossexualidade, o que, em sua opinião, "viola os direitos humanos".

Alli Jernow, da Comissão Internacional de Juristas, criticou o boicote dos representantes diplomáticos da OIC. "É lamentável que algumas delegações não queiram nem ao menos se comprometer em uma discussão sobre discriminação e violência baseada na orientação sexual e identidade de gênero".

Fontes diplomáticas relataram à agência Efe que, na fase preparatória do debate, as declarações dos países contrários a abordar o tema foram inclusive mais virulentas. Elas citaram o caso do representante do novo governo da Líbia, que teria dito que tratar como se fosse normalidade determinados comportamentos sexuais "coloca em perigo a humanidade".

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-cooperacao-islamica-e-o-debate-da-liberdade-sexual#more

sexta-feira, 2 de março de 2012

História da ocupação do solo e dos rios da cidade de São Paulo



Entre rios mostra de forma resumida a história da cidade de São Paulo e narra o como a cidade está conectada com seus rios. Muitas vezes por conta do agito de quem vive em São Paulo estes rios passam desapercebidos e só se mostram quando começa a chover na capital paulista.
Não se preocupe por não saber da existência desses rios, pois uns foram escondidos de nossos olhos e outros só conseguimos ver quando passamos pelas marginais da cidade. É triste.
Mas você pode mudar tudo, basta começar a pensar sobre quem vai administrar, de forma competente e com seriedade, sua cidade. Só depende de você.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Geralzão

BRASIL

O Brasil apelou para que o governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad, atenda aos pedidos da comunidade internacional e encerre a violência e a repressão na região. Reiterou que confia no trabalho dos peritos internacionais que constataram violações aos direitos humanos no país e recomendou que a crise na Síria seja resolvida internamente, sem intervenções de outros países na sua soberania.

A embaixadora Maria Nazaré Farani, que representa o Brasil foi taxativa ao dizer que o governo brasileiro está “preocupado com a deterioração da segurança e com o nível de violência” na Síria. A diplomata destacou que o Brasil “repudia” a violência no país. Segundo ela, o Brasil “encoraja” o governo sírio a adotar as medidas pacíficas recomendadas pelo conselho.

O governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, diz que a iniciativa estava sendo politizada.
Na decisão, o conselho destaca que os ataques a civis na Síria podem constituir crimes contra a humanidade.

São Paulo- SP
Nesta quinta-feira os paulistanos enfrentaram o dia mais quente do ano desde 2008, com temperatura de 34,3ºC, o ar de cansaço podia ser notado em todas as pessoas que transitavam pela capital paulista.

Ciência

Uma técnica que comprova a existência de vida na Terra, vai ajudar na pesquisa de outros planetas. A técnica parece trivial por evidênciar o que já sabemos, na Terra existe vida, mas essa técnica será utilizada para pesquisar e descobrir vidas em outros planetas.

O autor principal, Michael Sterzik, utilizou uma técnica que chama-se luz cinérea para observar a Terra como se fosse um exoplaneta que está fora do Sistema Solar. O Sol ilumina a Terra e essa radiação é refletida para a superfície da Lua, que funciona como um espelho gigante e a reflete de volta para cá.